51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

AEROMAGNETOMETRIA APLICADA NA INTERPRETAÇÃO ESTRUTURAL DA BACIA DO TACUTU, NORTE DO CRÁTON AMAZÔNICO

Texto do resumo

A Bacia do Tacutu é um hemigráben Mesozoico inserido no Escudo das Guianas, norte do Cráton Amazônico, que se encontra alongado na direção NE-SW, com cerca de 300 km de comprimento, 30 a 50 km de largura, situado na fronteira entre o estado de Roraima, no Brasil, e o distrito de Upper Takutu – Upper Essequibo, na Guiana Inglesa. Sua origem está relacionada com o final do Jurássico Superior e início do Cretáceo Inferior, quando a América do Sul e a África ainda estavam unidas no Gondwana, estando associada com o sistema de riftes na atual região do Caribe, cuja abertura propagou-se e evoluiu para a formação do Oceano Atlântico Norte, consequentemente separando a América do Sul da África. A Bacia do Tacutu está encaixada sobre a Faixa Móvel Maroni-Itacaiúnas, formada durante o ciclo orogênico Transamazônico. As rochas encaixantes são mapeadas como vulcânicas félsicas e indiferenciadas do Grupo Surumu, anfibolitos a granulitos do Grupo Cauarani-Coeroeni e Suíte Granítica Anortosito-Muggearito-Granito Rapakivi Mucajaí. O primeiro, que se estende desde o limite sudoeste da bacia, Brasil, até o Arco Savannas, Guiana, possui mergulho para sudeste, enquanto o segundo, com mergulho para noroeste, prolonga-se do Arco Savannas até o limite nordeste da bacia, próximo ao Rio Essequibo, também na Guiana. As falhas de borda denominadas de Lethem e do Kanuku na borda sudeste e a margem flexural do Pirara e do Mau na borda noroeste delimitam dois hemigrábens no Brasil e na Guiana, respectivamente, e podem ser consideradas as ombreiras do Rifte Tacutu-North Savannas. No Mioceno a bacia foi submetida a um evento modificador transformante que deformou as estruturas preexistentes. Os sistemas de fraturas NW-SE e NE-SW presentes nas rochas pré-cambrianas sobre as quais a Bacia do Tacutu se encaixou, tiveram uma participação essencial no desenvolvimento destes hemigrábens, pois os mesmos teriam controlado os sentidos e as intensidades dos movimentos verificados nos primeiros estágios da sua história evolutiva. Caracterizada por depósitos vulcanossedimentares que chegam a 7.000 m de espessura em seu depocentro, o preenchimento da Bacia do Tacutu deu-se concomitantemente à formação da Margem Equatorial Sul-Americana e, como tal, ela compartilha algumas características tectonoestratigráficas com essa porção do continente, particularmente com a porção onshore da Bacia Guyana-Suriname. Em termos litoestratigráficos, seis sequências foram estabelecidas: Formação Apoteri, Formação Manari, Formação Pirara, Formação Tacutu, Formação Tucano e Formação Boa Vista. Com base nestas informações, este estudo objetiva contribuir com novos dados utilizando técnicas de processamento de dados aeromagnetométricos em bacias sedimentares, mostrando eficácia e confiabilidade no delineamento do arcabouço estrutural profundo, bem como na interpretação, elaboração de modelos geológicos e na exploração de hidrocarbonetos. Os produtos interpretados mostraram lineamentos magnéticos com direção preferencial NE-SW, e secundariamente NW-SE. A partir do produto deconvolução de Euler as profundidades variam entre 150 a 8.300 metros. Logo, a aplicação dos produtos aeromagnetométricos fornece subsídios na busca de parâmetros geofísicos que auxiliam na interpretação de feições relacionadas à evolução e o arcabouço crustal da Bacia do Tacutu, permitindo também uma maior compreensão sobre a ocorrência e distribuição de depósitos de hidrocarbonetos previamente detectados na Bacia do Tacutu.

Palavras Chave

Deconvolução de Euler; Rifte Mesozoico; Bacia do Tacutu.

Área

TEMA 15 - Geofísica

Autores/Proponentes

Lorena Malta Feitoza, Carlos Eduardo Lucas Vieira, Vladimir Souza, Elizete Celestino Holanda, Moeme Silva Maximo Ramos, Caio Rodrigues Bezerra