51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO GEOLÓGICO-ESTRUTURAL DA PORÇÃO OCIDENTAL DO CINTURÃO CAUARANE-COEROENI, RESULTADOS PRELIMINARES DO ESTUDO DAS ROCHAS DO COMPLEXO CAUARANE NO NW DE RORAIMA

Texto do resumo

No ano de 2022, o Serviço Geológico do Brasil iniciou um projeto de mapeamento geológico básico de duas folhas 1:100.000 no norte de Roraima, abrangendo parte dos municípios de Amajari e Alto Alegre, a fim de adensar e aprimorar a cartografia e o conhecimento geológico da região, e assim contribuir para a exploração mineral e gestão territorial. A área em estudo está inserida no Escudo das Guianas, Orógeno Akawai, envolvendo parcialmente três unidades geotectônicas, o Cinturão Ígneo Orocaima à norte, o Cinturão Rio Urubu à sul e o Cinturão Caurane-Coeroeni no centro. A unidade geológica em questão, o Complexo Cauarane, é o representante oeste do Cinturão Caurane-Coeroeni, que é uma estrutura E-W sinuosa que se estende no centro do Escudo das Guianas, da fronteira Brasil-Venezuela até o Suriname. Os litotipos presentes no Complexo Cauarane dividem-se, genericamente, em dois grupos principais: os gnaisses peraluminosos e os magnetita-quartzitos, com poucas ocorrências de anfibolitos e calciossilicáticas. Os gnaisses são principalmente compostos por quartzo, feldspato alcalino e biotita, com porções que variam na concentração de moscovita, granada, silimanita e cordierita. Os magnetita-quartzitos podem conter granada e um pouco de piroxênio, ou serem quartzitos puros. Em campo, essas rochas têm foliação metamórfica marcada pelos filossilicatos e/ou quartzo, de médio-alto ângulo com atitudes variadas, mas formando padrões por regiões. A foliação primária (S0) centimétrica e milimétrica é bem visível no caso dos magnetita-quartzitos na maioria dos afloramentos, e nos gnaisses é inferida quando variações químico-mineralógicas são observadas em bandas métricas. Os paragnaisses são predominantes na área, mas devido ao grau de intemperismo suas estruturas muitas vezes não são visíveis, e quando visíveis apresentam um alto grau de complexidade e atitudes bastante variadas em escala de afloramento. Os magnetita-quartzitos também tem o problema de intenso intemperismo, mas suas estruturas quando visíveis e in situ são mais constantes e uniformes, o que faz com que eles definam melhor as estruturas regionais. Os magnetita-quartzitos sustentam serras alinhadas e contém dobras fechadas e apertadas em escala de afloramento. Cruzando os dados estruturais de campo com a aeromagnetometria, foi possível reconhecer uma dobra regional aberta com charneira de direção N-NW marcada pelos magnetita-quartzitos. Os resultados até aqui alcançados refinaram e definiram melhor a cartografia geológica nas duas folhas 1:100.000. A presença de piroxênio e granada nos magnetita-quartzitos revelam uma bacia com sedimentação química com influência siliciclástica continental que foi condicionada a um metamorfismo de condições de fácies anfibolito-superior a granulito. A visualização dessa dobra regional implica no fechamento dessa bacia sedimentar com a ocorrência de um regime compressional com σ1 em NE-SW, e também na inferência de uma cinemática sinistral do Cinturão Cauarane-Coeroeni na área em estudo.

Palavras Chave

Escudo das Guianas; Metamorfismo de Alto Grau; Metassedimentos; Geologia Estrutural; Aerogeofísica

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Leandro Menezes Betiollo, Paulo Roberto Santos Lopes, Leonardo Aguiar, Antônio Charles da Silva Oliveira, Túlio Amós de Araújo Mendes, Miquéas Barroso da Silva