51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

JAZIDA AURIFERA MOCORONGO EM GOMEZ PLATA COLOMBIA

Texto do resumo

A Cordilheira Central dos Andes do Norte na Colômbia é um arco magmático, limitado por dois sistemas de falhas transcorrentes ativos (suturas), Cauca-Romeral a oeste e Otú-Pericos-Palestina, a leste. Em esta cordilheira afloram rochas do embasamento do Permiano ao Triássico, que inclui gnaisses, migmatitos e anfibolitos (Martens et al., 2014), agrupadas em cinturões metamórficos de baixo grau e de alta pressão associados a cinturões ofiolíticos desmembrados do Jurássico e do Cretáceo (Correa, 2007, Blanco-Quintero et al., 2014; Bustamante et al., 2017). Essas rochas hospedam granitoides de afinidade cálcio-alcalina formados em vários estágios, dos quais se destaca o magmatismo Jurássico-Cretáceo a partir do qual se formaram os batólitos de Segóvia e de Ibagué (Feinninger, 1972), e o batólito Antioqueño, o qual é constituído por vários pulsos magmáticos do Cretáceo Superior ao Paleoceno (Restrepo, 2009; Leal-Mejia, 2011). Ao magmatismo cretáceo se associa a formação de várias jazidas auríferas polimetálicas constituídas por veios de quartzo e carbonato com sulfetos de Fe, Pb, Zn e Cu e ouro encaixados em sistemas de cisalhamento que facilitaram a migração de fluidos formadores da mineralização em ouro hospedados nas rochas do Batolito Antoioqueño. Esta pesquisa objetiva estudar a jazida de ouro do Cerro Mocorongo, localizado no município de Gómez Plata, parte central do Batolito Antioqueño. Dados obtidos em campo, análises petrográficas, metalográficas, e estruturais, suportam as interpretações que são aqui apresentadas. Os resultados destacam que vários veios mineralizados se alojam em biotita hornblenda granodiorito de textura média grossa que varia para tonalito com fenocristais de plagioclásio em matriz quartzo feldspática média. As rochas encaixantes granodioriticas dos veios exibem evidências halos de alteração potássica, sericítica e propilítica na proximidade dos veios do minério. sendo a sericítica mais proximal e a clorítica mais distal. Os veios se caracterizam cuja espessura é variável 0.3 a 1.5 m, constituídos por quartzo de duas gerações dispostos em bandas, associado a cristais de apatita prismática, pirita I anedral porosa, pirita II grossa euedral, associada a calcopirita e ouro, esfalerita, pirrotita, magnetita, hematita, galena. Esses veios estão orientados para os Az 260°-080°/70°-80° (strike/dip); as zonas de falha associadas aos veios apresentam deformação cataclástica orientadas para 214°-220°/78°-82° e 245°-250°/60°-65°, e contra azimuths 080°/60°-65°, com espelhos de falha que contem estrias orientadas 049°-054°/68°-72° e 283°/50° e steps que indicam cinemática sinistral compressiva e dextral. Conclui-se que os veios mineralizados foram gerados por vários pulsos de fluidos hidrotermais, e controlados por um sistema de cisalhamento com atitude 250°-70° a 110°-290°/57°-84°, transcorrente tensivo, coerente com o sistema de falhas que controla o Rio Nús a qual é subordinada e conjugada ao sistema de cisalhamento regional Otú-Pericos-Palestina. Os veios se formaram em regime de deformação cataclástica registrada por mecanismos de strain como deslizamento planar e fraturamento no quartzo, sugestivos de deformação em níveis rasos da crosta.

Palavras Chave

jazida aurífera; veios com quartzo e apatita; Falha Nús.

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

MARTA EDITH VELÁSQUEZ DAVID, CARLOS ALEJANDRO SALAZAR, BEATRIZ CUNHA DOS SANTOS