Dados da Submissão

Título

JANELAS DE ESTRUTURAS PRÉ-CAMBRIANAS NO SUBSTRATO DA BACIA POTIGUAR

Texto do resumo

Este trabalho é baseado no mapeamento geológico-estrutural realizado em escala 1:25.000, em uma área de 63 km², a nordeste da cidade de Jaguaruana, no Estado do Ceará, Nordeste do Brasil. O estudo tem o objetivo de entender o relevo dômico de rochas do embasamento pré-cambriano (paleoproterozóico), que afloram na borda oeste, já no interior da Bacia Potiguar. Na região estudada, foram identificadas três unidades litoestratigráficas, sendo duas delas pertencentes à Bacia Potiguar. A primeira é a Formação Açu, composta principalmente por arenitos, seguida pela Formação Jandaíra, composta por calcários. Ambas as formações são de idade Cretácea, abrangendo do Albiano ao Campaniano superior. Além disso, foi reconhecida, como parte do Embasamento Pré-Cambriano, a Formação Santarém, constituída por quartzitos. Este trabalho foca na ocorrência de uma estrutura dômica de quartzito que faz parte do Grupo Orós. Essa unidade consiste de uma sequência metavulcanossedimentar com idade ca.1,8 Ga. Os domos seguem a orientação NNE da Zona de Cisalhamento Jaguaribe (ZCJ), com cinemática transcorrente dextral. O quartzito tem a sua assembléia mineral composta por quartzo, muscovita, plagioclásio, biotita, cianita e granada, assim evidenciando que a rocha passou por eventos metamórficos de média a alta pressão (>0,2 GPa), relacionados à ZCJ. A metodologia do trabalho incluiu interpretação de imagens de sensores remotos, tais como imagens de satélite e de Shuttle Radar Topography Mission - SRTM, para identificar e analisar as características superficiais da área (morfologia, padrões de drenagem e feições estruturais), e a integração desses dados com informações de afloramentos, cartografando a estrutura dômica no embasamento da Bacia Potiguar. A coleta de dados estruturais de campo, correlacionada com os dados anteriores de mapeamentos, e a interpretação de fotolineamentos, evidenciaram que essa estrutura dômica foi afetada pela transcorrência dextral da ZCJ, e também por estruturas tardias, de mais baixa temperatura, incluindo falhas inversas com componente dextral e veios de pseudotaquilito. Os resultados preliminares do estudo serão complementados com novos dados de campo, discutindo se a estrutura dômica representa: (i) uma crista no paleorelevo do embasamento, ou: (ii) se a mesma foi adicionalmente soerguida por falhas transcorrentes dextrais com componente inverso.

Palavras Chave

Mapeamento Geológico; Sensoriamento Remoto; Geotectônica e Geologia Estrutural; Bacia Potiguar.