51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

GEOLOGIA DA BORDA LESTE DA BACIA DO PARNAÍBA

Texto do resumo

A Bacia do Parnaíba, situada na região nordeste ocidental do território brasileiro, ocupa grandes áreas nos estados do Maranhão e Piauí, e pequenas faixas no Pará, Ceará e Tocantins. Classificada como uma bacia intracratônica, é composta por sedimentos depositados entre o Ordoviciano e o Cretáceo, com magmatismos jurotriássico e aeocretácio, relacionados. O presente trabalho mostra os resultados do mapeamento geológico básico, na escala 1:250.000, realizado em 5 folhas na borda leste da Bacia do Parnaíba, abrangendo localidades no Piauí, Ceará e Maranhão, identificou unidades ainda não cartografadas na área. O Grupo Serra Grande, unidade basal da bacia, exibe suas três formações em superfície. A Formação Ipu é composta por arenitos e conglomerados fluviais com influência glacial que ocorrem na base da Serra de Ibiapaba, porção norte da área. Representando a primeira ingressão marinha, a Formação Tianguá possui conteúdo fossílífero diverso e abundante em seus arenitos, folhelhos, siltitos e argilitos, também tem sua ocorrência relacionada a Serra de Ibiapaba. A Formação Jaicós é composta por conglomerados e arenitos grossos de origem fluvial. Apresenta relevo cuestiforme, caracterizado por chapadas com terminações abruptas, principalmente na porção sul e central, na borda leste da Bacia. Também desenvolve relevo em cristas alinhadas, com bandas de deformação, devido ao falhamento registrado nas rochas psamíticas. No Grupo Canindé, a Formação Itaim registra um ambiente transicional deltaico/marinho em arenitos micáceos associados a pelitos e fácies arenosas conglomeráticas. No geral, as fácies marinhas dominam na porção sul enquanto as transicionais deltaicas predominam na porção norte da área. A Formação Pimenteira representa a segunda inundação marinha, em ambiente de plataforma rasa influenciada por tempestades, com arenitos e pelitos com significativo conteúdo fossilífero. Nas formações Pimenteira e Cabeças ocorre a Estrutura Circular de São Miguel do Tapuio, possível astroblema. A Formação Cabeças registra sedimentação dominantemente arenosa, com pelitos e fácies conglomeráticas subordinadas, que caracterizam ambiente transicional de frente deltaica/marinha com influência glacial. Desenvolve diferentes formas de relevo, em detrimento da variação das associações faciológicas, estruturas e fatores intempéricos, a exemplo do Parque Nacional das Sete Cidades, entre outros. A Formação Longá representa um ambiente marinho plataformal dominado por tempestades, desenvolve relevo típico, que reflete sua associação faciológica composta por folhelhos e arenitos finos. Os magmatismos das formações Sardinha e Mosquito estão presentes na área e estão diretamente relacionados às mineralizações de opalas na região. As rochas sedimentares paleozoicas da Bacia do Parnaíba registram de forma contundente os efeitos da reativação posterior do Lineamento Transbrasiliano. O mapeamento geológico sistemático na região permitiu a identificação de unidades ainda não cartografadas. O que permitiu a subdivisão litoestratigráficas de unidades indivisas, além de detalhar a história geológica dos primeiros momentos de preenchimento desta Bacia, a partir de seus registros. E junto com as ocorrências fossilíferas expressivas encontradas, colaboram para a reconstrução paleoambiental e evolutiva da Bacia, e da porção norte do supercontinente Gondwana.

Palavras Chave

Grupo Serra Grande; GRUPO CANINDÉ; CARTOGRAFIA GEOLÓGICA

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Carolina Reis, Elem Cristina dos Santos Lopes, Brenda Karoline da Silva Correa, Nilo Costa Pedrosa Jr, Caio Gurgel de Medeiros, Paulo Roberto Rodrigues Benevides Filho