51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Novas Ocorrências Fossilíferas no Cenário da Bacia do São Francisco e Bacia Sanfranciscana em Minas Gerais: O Registro da Vida do Paleoproterozoico ao Quaternário

Texto do resumo

A Bacia do São Francisco (BSF), considerada neste trabalho, como a porção centro sul do cráton homônimo, encobrindo áreas situadas nos Estados de Minas Gerais (MG), Bahia e Goiás, compreende as seguintes unidades litoestratigráficas: i) embasamento, constituído de sequência metavulcanosedimentares do Quadrilátero Ferrífero e de rochas granito-gnáissica paleoproterozoicas; ii) Grupo Paranoá, de idade mesoproterozoica; iii) o Grupo Vazante, de idade neoproterozoica; iv) Supergrupo São Francisco, constituído dos Grupos Macaúbas e Bambuí, de idade neoproterozoica. A Bacia Sanfranciscana, considerada a porção fanerozoica da BSF, compreende as seguintes unidades: i) as rochas sedimentares paleozoicas descritas na região de Juatuba em MG e do Grupo Santa Fé; ii) as unidades cretáceas dos Grupos Areado, Mata da Corda e Urucuia. Incluiremos também neste estudo, as rochas sedimentares nas bacias neógenas do Gandarela e do Fonseca e as coberturas quaternárias. Diversos grupos de fósseis foram descritos em todas estas unidades litoestratigráficas, o que possibilita um registro da atividade biológica ao longo da história da evolução da bacia, desde o Paleoproterozoico, em rochas do embasamento, passando pelo Neoproterozoico, Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico. Este trabalho tem com objetivo descrever e interpretar novas ocorrências de fósseis e apresentar uma revisão dos fósseis já estudados na BSF, o que associado às interpretações advindas de outras áreas do conhecimento geológico, contribuirá para a evolução do conhecimento desta unidade geotectônica. Para isso, realizamos trabalhos de campo para prospecção, coleta de amostras e identificação de fósseis, análise de amostras provenientes de testemunhos de sondagem, além de pesquisa bibliográfica de trabalhos referentes a fósseis localizados no contexto da área estudada. Foram encontradas novas ocorrências de microfósseis do Grupo dos Acritarcos em amostras provenientes da Formação Sete Lagoas (Grupo Bambuí) possibilitando análises bioestratigráficas que podem ser usadas na correlação com outras bacias proterozoicas. Encontramos também ocorrências de possíveis fósseis de organismos de simetria bilateral, o que significa uma nova possibilidade para melhor entendimento dos paleoambientes e da paleoecologia durante a passagem do Ediacariano para Cambriano. Os fósseis de corais identificados na Formação Santa Fé possibilitam uma nova interpretação paleoambiental para esta unidade atribuída ao Permo-carbonífero enquanto que icnofósseis de Bifungites e Zoophycos possibilitaram a identificação do primeiro registro de unidade devoniana em MG. As análises dos variados grupos de fósseis no contexto da BSF em MG contribuem para compreensão da sua evolução geológica uma vez que os fósseis são indicativos dos paleoambientes diversos que se sucederam com o passar do tempo. Eventualmente, tais fósseis possibilitam interpretações geocronológicas para algumas das sequências inclusas nestas unidades litoestratigráficas, bem como correlações com outras bacias.

Palavras Chave

Bioestratigrafia; Fósseis; Paleoambiente; Acritarcos; icnofósseis

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Marcos Cristóvão Baptista, Denise Canabrava Brito, Paulo Henrique Amorim Dias