Dados da Submissão

Título

O SIGNIFICADO GEOTECTÔNICO DAS NOVAS OCORRÊNCIAS DE CLINOPIROXÊNIO-GRANADA GRANULITOS NO EXTREMO SUL DO ORÓGENO BRASÍLIA MERIDIONAL

Texto do resumo

O Orógeno Brasília Meridional – OBM, é resultado da colisão ediacarana entre as paleoplacas São Franciscana e Paranapanema durante o ápice da amalgamação do Supercontinente Gondwana, ca. de 600 Ma. Na porção extremo sul do Orógeno, fatias do embasamento Paleoproterozoico retrabalhado ocorrem como faixas de direção nordeste associadas com rochas neoproterozoicas de médio e alto grau metamórfico e plútons graníticos, correspondentes à nappe Socorro-Guaxupé. Nesse cenário situa-se a área do município de Campinas no estado de São Paulo que apresenta domínios geológicos distintos com uma diversidade lito-estrutural constituída por rochas sedimentares, subvulcânicas, pertencentes a Bacia do Paraná e plutônicas e metamórficas de médio e alto que representam o embasamento do OBM. Neste trabalho, apresentamos dados geocronológicos, geoquímicos e metamórficos para clinopiroxênio-granada granulitos que ocorrem como corpos lenticulares de dimensões decamétricas encaixados em hornblenda-biotita gnaisses com assinaturas geoquímicas de arcos magmáticos continentais paleoproterozoicos. Dados petrográficos para os granulitos revelaram paragêneses de pico metamórfico dada por Granada + Clinopiroxênio + Plagioclásio ± Rutilo ± Ilmenita. Texturas de desequilíbrio como simplectitos de Plagioclásio + Clinopiroxênio + Ilmenita e coronas de plagioclásio ao redor de granada, denotam que essas rochas experimentaram condições de alta pressão e rápida exumação. Modelagens termodinâmicas a partir de pseudosseções e isopletas, restringiram pressões ao redor de 12-15 Kbar e temperaturas entre 740-830 °C mostrando que essas rochas alcançaram condições de fácies eclogito/granulito de alta pressão. As assinaturas geoquímicas revelaram protólitos gerados em ambientes de arcos de ilha e fundo oceânico do tipo N- e E-MORB. Idades U-Pb em rutilo obtidas por LA-ICP-MS, indicaram metamorfismo em ca. de 626 Ma, enquanto uma errócrona Sm-Nd gerada a partir de análises de rocha total forneceram uma idade de cristalização aproximada de ~ 1.96 Ma. Esses resultados corroboram com a ideia de que os corpos máficos hospedados em gnaisses de composição granodiorítica seriam partes de uma crosta oceânica paleoproterozoica, preservada nas sequências de arcos que colidiram na margem sul da paleoplaca São Franciscana.

Palavras Chave

Retroeclogitos; Orógeno Brasília; metamorfismo; Granulito; Gondwana