51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PANORAMA DOS REMINERALIZADORES DE SOLO REGISTRADOS NO BRASIL

Texto do resumo

As rochas silicáticas representam 90% da superficie da crosta, seguidos pelos carbonatos (<10%), fosfatos e sulfetos De modo geral, os remineralizadores de solo (REM) enquadram-se na primeira categoria, o que sinaliza para a existência de uma imensa oferta de rochas aptas para uso como insumo agricola, em acordo com o que estabelece a Lei nº 12.890/2013 e a Instrução Normativa (IN) 05/2026 (MAPA). Para compreender essa aptidão é necessário conhecer a origem e ambiente de formação das diferentes rochas, suas assembléias mineralogicas, composição e teores quimicos, idade e como os elementos se agruparam nos diversos minerais. O objetivo do presente artigo é apresentar o panorama e os beneficios do uso de remineralizadores presentemente registrados no Ministerio da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A pesquisa foi elaborada a partir de dados secundários e por informacões extraídas do site do MAPA (https://mapa-indicadores.agricultura.gov.br/publico/extensions/Fertilizantes/Fertilizantes.html), onde estão elencados todos os REM que já possuem registro para uso e comercialização. Dos 68 produtos registrados (maio/2024), a grande maioria deriva de rochas silicáticas cominuídas (moídas), capazes de oferecer nutrientes para as plantas na escala de tempo agronômica. São basaltos, diferentes tipos de xisto, fonolitos, dunitos, kamafugitos e gabros, entre outras rochas, compostas por minerais como piroxênios, anfibólios, feldspatos, micas, nefelina, olivina, apatitas entre outros, que são fontes de potássio (K), fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), silicio (Si), cobre (Cu), zinco (Zn), ferro (Fe), vanádio (V), molibdênio (Mo) etc. São, portanto, multinutrientes, o que favorece o desenvolvimento das plantas. O estudo revelou que existem materiais registrados em 14 estados brasileiros, sendo que o estado de São Paulo responde pela maior quantidade de registros e Minas Gerais pela maior produção. As assembleias mineralogicas das rochas, enquadradas como REM, atendem as condicionantes previstas na IN nº 5/2016, tais como soma de bases (≥ 9%) na forma de óxidos (K2O, CaO e MgO), silica livre (quartzo) ≤ a 25% entre outros parâmetros. De modo geral, o uso dessas distintas rochas favorece o manejo de parâmetros físico-químicos, como oferta de macro e micronutrientes, correção da acidez do solo (que impacta os níveis de pH), aumento da Capacidade de Troca Catiônica (CTC), retenção da umidade (pela presença de minerais intemperizáveis) entre outros benefícios diretos e indireto. Além disso, rochas semelhantes são amplamente disponíveis em todas as regiões do País e, em muitos casos, já encontram-se adequadas para uso (co-produtos de vários tipos de lavras), desde que cumpram os requisitos estabelecidos na normativa. Tendo em conta o futuro que os REM representam para o Brasil, torna-se fundamental ampliar o volume e o conhecimento acerca dos tipos de rochas aptas a esta finalidade, o que exige um detalhamento das informações em escala local/regional, permitindo um planejamento e gerenciamento de futuras fontes e, principalmente, o aproveitamento de subprodutos da mineração, com vistas à restauração da fertilidade dos solos tropicais. Esta rota tecnologica tem o potencial de colocar o Brasil na vanguarda da oferta de insumos agrícolas mais sustentáveis, com menores custos, reduzindo a dependência da importação de fertilizantes químicos solúveis

Palavras Chave

Rochas; minerais; solos; Fertilidade; Insumos Agrícolas

Área

TEMA 14 - Agrominerais, Rochagem, Rochas Ornamentais e Gemologia

Autores/Proponentes

Viviane Souza Oliveira, Luiza Coimbra Oliveira, Suzi Huff Theodoro, Fernanda Paula Medeiros, Rafaela Maria Pessoa Almeida, Manoel Expedito Batista Viana, Caroline Siqueira Gomide