51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MINERALOGIA E GEOQUÍMICA DOS DEPÓSITOS IOCG PANTERA E PEDRA BRANCA NA PROVÍNCIA CARAJÁS, CRÁTON AMAZÔNICO

Texto do resumo

A Província Carajás, situada na porção sudeste do Cráton Amazônico (Brasil), é reconhecida globalmente por abrigar depósitos de Iron Oxide-Copper-Gold (IOCG). Esses depósitos de alta tonelagem se concentram no Domínio Carajás, parte norte da província, principalmente no Cinturão Norte do Cobre (e.g. Salobo e Furnas) e Cinturão Sul do Cobre (e.g. Sossego e Alvo 118). Os depósitos IOCG Pantera e Pedra Branca, também localizam-se no Cinturão Sul do Cobre, ao longo da Zona de Cisalhamento Canaã dos Carajás. As zonas de alteração hidrotermal Na-Ca, Ca e Ca-Fe afetam todos os litotipos em ambos depósitos e envelopam as zonas mineralizadas. No entanto, a assinatura geoquímica e mineralogia dessas zonas necessitam ser melhor compreendidas. A caracterização dessas zonas incluiu a análise dos estilos de mineralização e sua distribuição espacial, bem como a comparação das paragêneses minerais e das proporções de minerais de minério entre os depósitos através de análises petrográficas e Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). Ainda, dados geoquímicos foram tratados utilizando estatística descritiva e métricas de correlação em Python. Os resultados mostraram que o minério do depósito Pantera é composto por calcopirita, pirita, magnetita e pirrotita, além de fases ricas em níquel, como pentlandita, siegenita e milerita. De forma similar, o depósito Pedra Branca apresenta zonas mineralizadas com calcopirita, pirita e pirrotita (em menor quantidade que no Pantera), magnetita, e uma presença mais discreta de fases minerais ricas em níquel, representada apenas pela pentlandita. A análise geoquímica, utilizando amostras com no mínimo 1000 ppm de Cu, possibilitou traçar correlações entre cobre e outros elementos químicos. No Pantera, a correlação entre Cu e S é 0,76, e entre Cu e Ag é 0,98. As correlações de Cu com Ni, Co, Au, Fe e Bi são 0,44, 0,44, 0,29, 0,72 e 0,68, respectivamente. No Pedra Branca, a correlação entre Cu e S é 0,93, e entre Cu e Zn é 0,81. A correlação entre Cu e Au é 0,87, enquanto as correlações com Ni, Co e Fe são 0,75, 0,78 e 0,51, respectivamente. A técnica de clusterização foi aplicada para identificar estruturas intrínsecas aos dados, resultando em três clusters, que definem zonas: i) não mineralizadas; ii) hidrotermalizadas e iii) mineralizadas. A assinatura do Pantera inclui Cu, S, Au, Co, Ni, Fe, Ag e Bi, enquanto a do Pedra Branca inclui Cu, S, Au, Co, Ni, Fe, Mo e Zn. Os depósitos Pantera e Pedra Branca compartilham características comuns dos depósitos IOCG, como a presença de Cu e Au, associação com grandes sistemas de falhas, ampla alteração hidrotermal com predominância de magnetita e actinolita (mineralização envelopada por alteração cálcica férrica), além da presença de cobalto e níquel. Os dados indicam que os depósitos estudados podem ter sido formados por fluidos de alta temperatura e pressão, possibilitando a mobilização de Ni e Co. As rochas ultramáficas da região também podem ter contribuído para os valores anômalos de Ni e Co observados. Os dados apontam para a presença de depósitos IOCG de cobre enriquecidos em Ni e Co, abrindo novas possibilidades de aproveitamento de subprodutos nesses depósitos.

Palavras Chave

Província Carajás; IOCG; Pantera; Pedra Branca.

Área

TEMA 09 - Recursos Minerais, Metalogenia, Economia e Legislação Mineral

Autores/Proponentes

Aline Terezinha de Souza Rodrigues, Gustavo Henrique Coelho de Melo, Allana Ísis Corrêa de Mello Corrêa