51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO GEOAMBIENTAL DA ILHA DE ITAPARICA, SALVADOR / BAHIA

Texto do resumo

De forma a subsidiar o planejamento espacial por meio da incorporação de dados físicos, bióticos, antrópicos e socioculturais, levando-se em conta a dinamicidade na interação dessas áreas de atuação, para seus mais diversos fins, o mapeamento geoambiental considera as potencialidades e fragilidades naturais do terreno bem como os riscos, impactos e conflitos ambientais decorrentes da interação entre as ações humanas e o ambiente fisiográfico. A partir dessa informações e da bibliografia consultada, a delimitação das unidades geoambientais foi realizada considerando, o controle litológico, associando aos aspectos geomorfológicos, pedológicos, a vegetação e o uso e ocupação do terra. Utilizando a sobreposição dos dados coletados, foi confeccionado um mapa com escala de 1:30000, diferenciando-se as zonas ambientais da área. Foram definidas cinco unidades geoambientais: (i) recifes de corais localizados na costa nordeste e sudeste da ilha nas zona intermaré e inframaré, que atua como agente redutor da energia das ondas, minimizando o processo erosivo costeiro, além de possuir alta fragilidade ambiental devido ao turismo e aumento da densidade de urbanização na zona costeira; (ii) pântanos e mangues constituídos de áreas úmidas e/ou alagadas, pantanosas, com extensos manguezais, localizados em áreas de relevo baixo e plano, com altitude variando 0-3m, declividade de 0-2% compostos por sedimentos quaternários de silte e lama, fragilidade ambiental média a alta, visto que apesar das atividades de mariscagem e turismo, tem a presença protetora dos manguezais; (iii) baixadas litorâneas são compostas por sedimentos terciários da Bacia do Recôncavo, com relevo ondulado, altitudes variando de 30-80m e declividade de 15-40%. Possui grande potencial a processos de degradação devido ao tipo do substrato rochoso e fragilidade ambiental de média a alta, sobretudo nas áreas de encostas e/ou sem cobertura vegetal; (iv) planícies flúvio-marinhas estão localizados entre as baixadas litorâneas, nos canais de drenagem e de lagoas onde ocorrem os depósitos quaternários fluviais, flúvio-lagunares e flúvio-marinhos, com sedimentos variando de areia a silte. O relevo é levemente ondulado, com declividade variando de 5-12% varia de 0-20m de altitude. São áreas sujeitas a inundação e possuem alta fragilidade ambiental, sobretudo em áreas antropizadas por urbanização e agricultura de subsistência, com cobertura vegetal suprimida; (v) planícies costeiras englobam os terraços marinhos holocênicos e pleistocênicos, praias e ambientes de planície de maré, possui altitudes que variam de centímetros a 8m e declividade de 0-5%, com relevo plano a levemente ondulado. Alta a muito alta fragilidade ambiental devido a baixa cobertura vegetal em ambiente de depósito arenoso. A partir desse mapeamento, foi possível identificar a ausência de planejamento ambiental efetivo na área. Isso compromete o equilíbrio ambiental, causando impactos ambientais, por intermedio da intensificação dos processos erosivos, supressão da vegetação, assoreamento de leitos de rios, poluição de lençóis freáticos, além do impacto visual. Para o manejo adequado das unidades geoambientais, é importante implementar políticas publicas de Planos Diretores, além de ações de socioambientais que efetivem a colaboração entre gestores, empreendedores e comunidades, com o objetivo de explorar de forma sustentável os recursos naturais. Assim, mapas temáticos auxiliam na tomada de escolhas equilibradas na região.

Palavras Chave

mapa geoambiental; Ilha de Itaparica; Fragilidade ambiental

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

Laura Peixoto Bastos, Rafael Silva França Oliveira, Luana Sousa Pereira, Lucas Ferrão Santiago, Tatiana Nascimento Silva Santos, Flávio Alexandre Guimarães Paranhos, Iago Neves Regueira, Jailma Santos Souza de Oliveira, José Ângelo Sebastião Araujo Anjos