51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

GEOMETRIA DA FALHA CONTROLANDO O DESENVOLVIMENTO DE ZONA DE DANO: PERCEPÇÕES DA BACIA DO RIO DO PEIXE, NE DO BRASIL

Texto do resumo

As zonas de falha são caracterizadas por influenciar as propriedades de reservatório (principalmente porosidade e permeabilidade) das rochas hospedeiras, por isso têm um papel fundamental no comportamento de fluxo de fluidos nesses reservatórios. A arquitetura da zona de uma falha compreende três componentes principais, o núcleo, a zona de dano e a rocha hospedeira, onde a intensidade da deformação geralmente diminui do núcleo em direção à zona de dano e à rocha hospedeira. No entanto, a largura da zona de dano pode variar de metros a quilômetros. Além disso, a distribuição espacial das estruturas subsísmicas, como bandas de deformação, também varia ao longo da zona de dano. Portanto, entender os fatores que controlam a distribuição espacial das estruturas subsísmicas e a largura da zona de dano é fundamental para caracterizar as propriedades petrofísicas da rocha que hospeda a deformação e as suas implicações para o escoamento do fluido em meios porosos afetados por zonas de falhas. Vários estudos utilizaram dados de frequência acumulada de estruturas subsísmicas na superfície para adquirir relações preditivas e melhorar a precisão da largura da zona de dano em subsuperfície. Apesar disso, o principal problema ainda consiste no comportamento da heterogeneidade da zona de dano e na distribuição espacial das estruturas subsísmicas no subsolo. Neste estudo, combinamos dados aeromagnético e sísmica de reflexão 2D e 3D, com mapeamento estrutural e dados de frequência de bandas de deformação na superfície para avaliar como a geometria das falhas de borda controla a espessura das zonas de dano e a distribuição das bandas de deformação na superfície ao longo de duas zonas de falha na Bacia do Rio do Peixe. A presente pesquisa mostra que a geometria da falha controlada pela herança tectônica das estruturas do embasamento compreende um fator primário que influencia as variações na largura da zona de dano e no rejeito da falha ao longo da zona de falha. Identificamos duas zonas de dano de falhas associadas a distintas geometrias: zona de dano de uma falha isolada e zona de dano de falhas com interações. A falha isolada apresenta uma zona de dano onde uma curva de decaimento logarítmico controla o padrão de distribuição espacial e a frequência das bandas de deformação decai à medida que se afasta da falha. Em contraste, falhas com interações mostram uma zona de dano com recorrência de zonas de aglomeração de bandas de deformação associadas às falhas subsísmicas onde cada falha apresenta uma zona de dano controlada por curva de decaimento logarítmico e a frequência das bandas de deformação decai à medida que se afastam da falha e aumentam próximo falha subsequente. Além disso, falhas com interações podem registrar uma zona de dano mais espessa, apesar de apresentarem um menor rejeito de falha comparado à falha isolada. Assim, sugerimos que avaliar a relação entre a largura da zona de dano a partir do rejeito da falha compreende uma incerteza considerável que pode ser reduzida se os fatores que controlam o comportamento das zonas de falha forem identificados.

Palavras Chave

Geometria de Falha; zona de dano; rejeito de falha; bandas de deformação.

Área

TEMA 15 - Geofísica

Autores/Proponentes

David Lino Vasconcelos, Fabrizio Balsamo, Francisco Cézar Costa Nogueira, Kledson Tomasso Pereira Lima, Rômulo Campos Stohler, Jorge André Braz Souza