51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

INFLUÊNCIA DE REATIVAÇÕES RÚPTEIS NA ZONA DE DANO, NO CRESCIMENTO E LINKAGEM DE FALHAS, FALHA IBIMIRIM, BACIA JATOBÁ, NE DO BRASIL

Texto do resumo

Entender a reativação de falhas em bacias sedimentares e o desenvolvimento de suas respectivas zonas de dano é essencial para caracterizar a formação e evolução de uma bacia. A reativação de falhas é frequentemente associada a processos estruturais como a herança tectônica, o crescimento de falha, a linkagem de falha e a inversão tectônica. Apesar de existir vários estudos que abordam a reativação de falhas relacionadas ao rifteamento e à inversão da bacia durante as fases de rifte e pós-rifte de bacias, bem como o desenvolvimento e a evolução das zonas de danos, várias questões ainda não estão claras. Por exemplo: (1) Como a herança tectônica de estruturas preexistentes no embasamento influencia o desenvolvimento da zona de dano de uma falha? (2) Como o crescimento e a linkagem de falha influenciam a zona de dano de uma falhas? (3) Qual é o mecanismo e o momento da inversão da bacia na Falha de Ibimirim? (4) Quais fatores afetam a relação preditiva entre o rejeito da falha e a largura da zona de dano? (5) Como a inversão da bacia afeta a evolução da zona de dano de uma falhas? Assim, este presente estudo aborda a influência desses processos estruturais no desenvolvimento e evolução de uma zona de dano na Falha de Ibimirim, Bacia de Jatobá. Nós combinamos dados magnéticos e gravimétricos com dados estruturais de campo para analisar a zona de dano no footwall e no hangingwall da Falha Ibimirim. Concentramos nossa investigação em duas escalas: primeiro na escala da bacia e depois em uma área crucial (2,5 x 1 km) caracterizada por vários afloramentos que expõem dois sistemas de falhas (normal e reversa) associados a diferentes regimes tectônicos (extensional e compressional). Nossos resultados indicam que a reativação da falha na Falha de Ibimirim ocorre nas fases rifte e pós-rifte da Bacia Jatobá. Na fase rifte, os processos de crescimento da falha e linkagem da falha, ambos influenciados pela herança tectônica da Zona de Cisalhamento Pernambuco, controlaram o desenvolvimento de uma zona de dano com espessura maior do que o esperado. Na fase pós-rifte, a inversão da bacia, resultante das tensões de campo distante dos Andes e dos pulsos de crescimento da Dorsal Mesoatlântica durante o Cretáceo Superior ao Oligoceno, promoveu o desenvolvimento de novas estruturas na zona de dano. Assumimos que a complexidade estrutural registrada em campo através de estruturas formadas em distintos campos de tensões, devido à linkagem de falhas e à inversão tectônica, é responsável pela largura anômala da zona de dano. Em adição, nosso estudo destaca os efeitos da herança tectônica, crescimento de falhas, linkagem de falhas e inversão tectônica para estimar a espessura da zona de dano, o que apresenta implicações para a distribuição de estruturas ao longo da zona de dano, seu impacto nas propriedades do reservatório e, portanto, o fator de selagem da falha em um reservatório, podendo impactar desde o processo de produção de fluidos, bem como o processo de estocagem de fluidos.

Palavras Chave

Reativação de falhas; inversão tectônica; rejeito de falha; zona de dano; bandas de deformação.

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

David Lino Vasconcelos, Fabrizio Balsamo, Francisco Cézar Costa Nogueira, Leonardo Carvalho Palhano, Francisco Hilario Rego Bezerra, Roberto Gusmão Oliveira, Renato Ramos Dantas, Walter Eugenio Medeiros