Dados da Submissão

Título

PARÂMETROS GEOTÉRMICOS DOS PRINCIPAIS LITOTIPOS DA REGIÃO CENTRO-SUL FLUMINENSE

Texto do resumo

Apresenta-se neste trabalho os parâmetros geotérmicos dos principais litotipos da região centro-sul do estado do Rio de Janeiro. Os dados geotérmicos foram adquiridos em 24 poços artesianos distribuídos em 13 municípios da região. Os principais litotipos encontrados são gnaisses, granitos e arenitos. Majoritariamente, as primeiras camadas dos poços são compostas por solos arenoso-argiloso ou argiloso-siltoso. Os métodos utilizados para a determinação do gradiente geotérmico são designados aqui como: Convencional (CVL) e temperatura estável do fundo do poço (CBT). O método CBT baseia-se na suposição de que a temperatura do fundo do poço seja estável, então a variação linear da temperatura pela profundidade é calculada com as condições de que a temperatura na superfície seja baseada no monitoramento dos últimos 50 anos. O método CVL exige que haja uma região de variação linear no perfil de temperatura pela profundidade. Através deste intervalo considerado não perturbado, o gradiente geotérmico é calculado pelo método dos mínimos quadrados. Os gradientes geotérmicos calculados para a região variam de 8,9 a 54,6 °C/Km, sendo que o valor médio para cada litotipo é: 19,5 °C/Km em gnaisses, 35,5 °C/Km em granitos e 31,8 °C/Km em arenitos (a quantidade de gnaisses é 4,25 vezes maior que granitos). Valores acima de 20 °C/Km estão na parte sul do estado. A formação Resende, complexo alcalino Itatiaia e a região do município de Volta Redonda apresentaram valores de condutividade térmica relativamente baixo (menor que 2,5 W/Km). Os valores mais altos (maior que 3 W/Km) foram encontrados no grupo Raposo, complexo Rio Negro em Angra dos Reis e na região do município de Niterói (orógeno Rio Doce). As demais regiões apresentam valores para a condutividade térmica considerados intermediários. O fluxo de calor da região varia de 27 a 166 mW/m². A elaboração de mapas geotermais permitiu avaliações de gradiente geotérmico e de fluxo de calor em escala regional. Os mapas indicam que, na região sul ocorre maior dissipação de calor em comparação com a região central. Os valores para a região sul varia de 55 a 90 mW/m2. Observações geotérmicas como a idade de formação geológicas ajudam a corroborar o caráter geofísico aqui interpretado. As rochas da região central do estado que são as mais antigas possuem baixo fluxo de calor associado, como o complexo Quirino (Riaciano), grupo Paraíba do Sul (Toniano), extensão ao centro do complexo Rio Negro (Eudiacarano inferior). Já os granitóides Sin-Colisionais – Eudiacarano superior, localizados na região sul do estado apesentam alta variação do fluxo geotérmico. Por fim, a região centro-sul Fluminense apresenta característica de baixa a média entalpia, ou seja, baixa amostragem de manifestação de calor em superfície e exploração energética.

Palavras Chave

Gradiente geotermico; Condutividade térmica; Fluxo de calor; Região centro-sul fluminense