51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

IDADES K/AR E AR/AR EM ROCHAS DO EMBASAMENTO CENTRAL DO AULACÓGENO DO PARAMIRIM: LEVANTAMENTO HISTÓRICO, CORRELAÇÕES E SIGNIFICADO TECTÔNICO À LUZ DOS DADOS ATUAIS

Texto do resumo

Resumo: O embasamento (EAP) da região central do Aulacógeno do
Paramirim (AP) compreende as rochas paleoarqueanas, mesoarqueanas e
neoarqueanas do embasamento da Paleoplaca Gavião, bem como a
granitogênese sideriana, riaciana e orosiriana associada com Orógeno do
Oeste da Bahia. Os primeiros registros de estudos pelo método K/Ar na região
foram realizados pelo Prof. Umberto Cordani, em 1985, e diversos outros se
sucederam até 2000, totalizando 59 análise realizadas por diversos autores.
Por outro lado, análises Ar-Ar (3 análises) são mais recentes, cujos primeiros
foram publicados em 2005 pelo Serviço Geológico do Brasil (SUREG SSA). A
distribuição dos dados no EAP reflete idades que marcam: (i) eventos tectono-
metamórficos associados com a evolução paleo/mesoarqueana da região
(Ar/Ar, 20,34% dos dados, em tremolita; 3150±320 Ma), bem como com
evolução sideriana, riaciana e orosiriana do Orógeno do Oeste da Bahia
(20,3%), com dados K/Ar em anfibólio (2400±90-1860±180 Ma), biotita (Bt)
(2090±120–1988±13 Ma) e moscovita (1835 ± 71 Ma) e Ar/Ar em moscovita
(1943±13-1912±13 Ma); (ii) fase de evolução do AP (42,37%), com dados K-Ar
em anfibólio (1064±12-675±35 Ma), biotita (1800±60-580±20 Ma), moscovita
(709±20 - 660±60 Ma) e rocha total (1702±37-681±21 Ma); (iii) fase de inversão
endodérmica do AP (3,39%) registrada pelo método K-Ar em biotita (554±5-
551±6 Ma); e (iv) fase de colapso das deformações endodérmicas
compressivas no AP (33,90%), com dados K-Ar em hornblenda (530±30 Ma) e
biotita (500±50-446±15Ma), K-feldspato (442±5 Ma) e moscovita (500±15-
475±15 Ma), além de Ar-Ar em biotita (485±6), moscovita (486±7 Ma) e sericita
(516±2 Ma). A integração com dados K-Ar e Ar-Ar obtidos por diversos autores
nas unidades de preenchimento sedimentar, bem como do magmatismo
anorogênico permite verificar: (i) durante a evolução do AP, entre 1064 e 675
Ma, os dados de hornblenda obtidos na região axial sugerem que a
temperatura de resfriamento do sistema atingiu 550º, enquanto no mesmo
período, na região periférica, situadas a oeste e leste dessa zona axial, a
temperatura de resfriamento atingiu 300º em Bt; (ii) durante a inversão do AP
os dados de Bt indicam que as idades mais antigas de fechamento desse
mineral estão na Suite Intrusiva Lagoa Real e na região embasamento do AP,
ambos a sul do paralelo 14º 30’S. Em direção a N, ocorre uma diminuição
progressiva da idade de fechamento de Bt. Esses dados sugerem que a
inversão do AP ocorreu progressivamente de S para N; e (iii) durante o colapso
orogenético, entre 530 e 503 Ma, na região axial do EAP ocorreu resfriamento
do sistema e fechamento do sistema K-Ar em hornblenda, atingindo 550ºC,
enquanto que nas regiões periféricas, para esse mesmo intervalo de idades,
ocorreu o fechamento dos sistemas K-Ar e Ar-Ar para biotita. Quando
integrados, os dados da literatura sugerem que a regiao axial do EAP foi a que
sucessivamente atingiu as maiores temperatura durante a evolução e inversão
do Aulacógeno do Paramirim, bem como durante o colapso do Orógeno
Araçuaí.

Palavras Chave

PALAVRAS-CHAVE: Embasamento; geocronologia; Ar-Ar; K-Ar; Aulacógeno do Paramirim.

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

VIctoria Gonçalves Mota, Simone Cerqueira Pereira Cruz, Julia Silva Coutinho Araújo