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Título

OS DEPÓSITOS MINERAIS DO PRECAMBRIANO DA BOLIVIA: UMA PROVÍNCIA METALOGENÉTICA DO TIPO GREENVILLE, SW DO CRÁTON AMAZÔNICO

Texto do resumo

Resumo: O Cráton Amazônico é o resultado da acresção continental continuada, apartir de um núcleo central Arqueano, a Província Amazônia Central. Faixas móveis juvenis e com retrabalhamento crustal, desenvolveram-se ao longo do proterozoico, definindo quatro províncias geocronológicas: Maroni-Itacaiunas, Ventuari-Tapajos, Rio Negro-Juruena, Rondoniano-San-Ignácio e Sunsás. O ciclo Orogênico Sunsás é importante na Bolívia, uma vez que sua atividade tectônica está associada ao Ciclo Orogênico de Greenville da América do Norte (1300-1000 Ma). Possui três unidades: 1) Cinturão ou faixa móvel Sunsás na Bolívia; 2) Cinturão ou faixa móvel Aguapei na Bolívia e no Brasil e 3) Faixa Nova Brasilandia no Brasil. Na Bolívia existem dois eventos importantes: Sedimentar, (Grupos Sunsás e Bibosi) e Orogênico, com plutonismo e tectonismo. Este último produziu intensa atividade magmática, com intrusões ultramáficas, máficas e félsicas, migmatitos, pegmatitos, brechas e veios de quartzo, mineralização de ouro e metais base, sulfetos polimetálicos e ETR. Trata-se de um orógeno marginal, com regime transpressivo dextral, tectônica oblíqua e colapso orogênico. Modelos paleotectônicos para cinturões móveis mesoproterozóicos, incluindo metalotectos, já foram identificados na Bolívia. Na região, ocorrem depósitos minerais de; Au, Cu, Ag, Pb, Zn, Sn, W, Ta, Nb e Be, no Supergrupo San Ignacio. Esta unidade ocorre como um cinturão com rochas vulcânicas máficas e félsicas, sedimentos siliciclásticos, xistos carbonáceos, BIF e rochas calcosilicáticas, em um embasamento gnáissico granulítico, metamorfoseados (baixo a médio grau) e retrógrados, além de deformados por extensas zonas de cisalhamento dúctil, dúctil-frágil e frágil, consideradas análogas a Greenstone Belts. Este trabalho estuda estilos de mineralização e metalogênese dos depósitos minerais, que são correlacionados ao ciclo Greenville. Destacam-se os depósitos de El Dorado (Au-Ag-Zn) de veios hidrotermais com alteração do tipo greisen com baixa sulfetação e Danielito (Au-Mo orogênico) associados ao Granito La Cruz; Puquio Norte (Au-Cu) com veios de quartzo com sulfetos, hospedados por BIF; Montecristo (Au-Cu) de veios de quartzo com alteração do tipo greisen associados ao Granito Palmarito; veios de La Escarcha (Au orogênico) ocorrem na zona de cisalhamento Paula Cecilia; Veios de La Lupa (Au orogênico) estão associados ao granito San Pedro, na zona de cisalhamento El Prado e outros. Texturas graníticas e cataclásticas estão nas rochas, deformadas e metamorfoseadas pelas orogenias San Ignacio e Sunsás em fácies xisto verde. Ocorrem sulfetos de metais base, tais como pirita, galena, calcopirita, pirrotita, esfalerita, marmatita, arsenopirita, molibdenita, e ouro nativo, além de ilmenita, limonita, hematita. Processos de sericitização, propilitização, cloritização, feldspatização, turmalinização, caulinização e oxidação são documentados. Os dados mineralógicos foram obtidos por DRX, apoiados por análises de imagens e químicas por MEV/EDS. Au, Ag, Pb, Cu, Zn, Sb, Mo e Cd, teluratos com Au e Ag e sulfetos de Pb, Zn e Cu com Au e Ag, foram verificados pelas análises química de FRX. A maioria contém Cu, Mn, Ca e Pb com altos teores, V e As estão presentes. Esses estudos estão em andamento, que incluirão química-mineral por microssonda eletrônica, análises de inclusões fluídas, isótopos estáveis e datação mineral do minério, até identificarmos melhor o ambiente tectônico e processos metalogenéticos.

Palavras Chave

Cráton Amazônico; Faixa Sunsás; Província metalogenética; Ouro; Bolívia