51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MINA DE CATA BRANCA: MODELO ESTRUTURAL DE CONTROLE DA MINERALIZAÇÃO AURÍFERA, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG

Texto do resumo

A Mina de Cata Branca está localizada na Serra de Itabirito, imediatamente a nordeste do Pico de Itabirito, no flanco leste do Sinclinal da Moeda. Esteve ativa entre 1832 e meados de 1844, quando um trágico desastre levou a companhia mineradora inglesa Brazilian Company a encerrar suas operações. Anteriormente, foi explorada pelos portugueses sob a denominação de Buraco da Mónica. Os relatos sobre a geologia da Mina de Cata Branca são escassos. Os primeiros registros geológicos datam de 1842, quando Francis Castelnau visitou a mina e descreveu a mineralização aurífera associada aos veios de quartzo orientados na direção E-W e N-S. O ouro e o bismuto são encontrados nos filões de quartzo, conhecidos como "olhos dos mineiros", que seccionam o quartzito. O principal corpo aurífero apresenta uma geometria vertical com 300 metros de profundidade. O objetivo deste trabalho é apresentar um modelo estrutural de controle da mineralização aurífera da Mina de Cata Branca, com base na geometria do conjunto de veios de quartzo da região e na geometria dos corpos auríferos explotados. A metodologia empregada consiste no levantamento geológico-estrutural do entorno da Mina e da Falha de Cata Branca, seguido de análises dos dados estruturais sob os pontos de vista geométrico, cinemático e dinâmico. A mineralização da Mina de Cata Branca está intimamente relacionada à nucleação e evolução da Falha de Cata Branca. A falha possui direção N110E e mergulho subvertical, apresentando um rejeito de componente direcional da ordem de 475 metros. A falha tem natureza rúptil a rúptil-dúctil, com uma zona de dano de dimensões métricas. Ela secciona o flanco leste do Sinclinal Moeda, constituído por unidades dos supergrupos Minas e Rio das Velhas. A orientação média do acamamento e xistosidade no quartzito da unidade basal do Supergrupo Minas é, respectivamente, N20W/70NE e N30W/70NE. No xisto do Grupo Nova Lima (Supergrupo Rio das Velhas), a orientação é, respectivamente, N50E/80SE e N30E/80SE. Na região em torno da falha, observa-se um conjunto de veios de quartzo de primeira e segunda ordens, descritos da seguinte forma: os veios de primeira ordem apresentam dimensões métricas a decamétricas, possuem mergulhos subverticais e as seguintes orientações principais (classes): 1) N130E; 2) N100-90E; 3) N70-80E; 4) N30-40E; 5) NS. Já os veios de segunda ordem apresentam dimensões centimétricas a decimétricas e orientam-se paralelamente à xistosidade ou se relacionam às terminações de falhas direcionais sinistrais mesoscópicas. Do ponto de vista tectônico, a Falha de Cata Branca surge como consequência da reativação de descontinuidades crustais preenchidas por diques máficos de idade 1,7Ga, sob um campo de encurtamento E-W, o qual atribuído ao evento orogênico Brasiliano. O conjunto de veios de primeira ordem correlaciona-se ao conjunto de fraturas do Sistema Riedel, com o plano de fluxo não coaxial (fraturas D ou Y) orientado na direção N110-120E. Nesse sistema, os veios correspondem às seguintes fraturas do Sistema Riedel sinistral preenchidas: Classe 1– Fratura P; Classe 2– Fratura R; Classe 3– Veios de tração; Classe 4– Fratura R’; e Classe 5– Fratura X. Os filões de quartzo, conhecidos como "olhos dos mineiros", já explotados e expostos ao longo da Falha de Cata Branca, possuem direção E-W. Considerando o plano de fluxo da falha (fraturas D ou Y) na direção N110E, os filões de quartzo explotados ("olhos dos mineiros") estão preenchendo estruturas do tipo pull-apart.

Palavras Chave

Falha de Cata Branca; Mina de Cata Branca; Controle Estrutural da Mineralização; Estrutura Pull Apart; Sistema Riedel.

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Mayele Lacerda de Oliveira, Issamu Endo, Dener Lopes dos Anjos, Marcos Figueiredo dos Reis