51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

EVOLUÇÃO DO IMAGEAMENTO SÍSMICO NO BRASIL E CONSIDERAÇÕES PARA A EXPLORAÇÃO DA MARGEM EQUATORIAL

Texto do resumo

A exploração e produção de hidrocarbonetos no Brasil se desenvolveu em conjunto com um significativo avanço das tecnologias de aquisição e processamento sísmico, que permitiram análises exploratórias e de produção com maior grau de confiabilidade, com consequente redução de riscos e maior taxa de sucesso. Tais avanços tiveram como agentes propulsores o desenvolvimento de algoritmos mais complexos de processamento e imageamento, cujas aplicações se tornaram possíveis graças ao concomitante crescimento da capacidade computacional. Neste trabalho procuramos apresentar alguns destes desenvolvimentos, indicando suas aplicações, com destaque para os desafios geológicos/geofísicos mitigados ou superados a partir do uso de imagens sísmicas mais representativas das áreas de interesse. Iniciamos com a apresentação de exemplos de como as tecnologias geofísicas foram utilizadas na exploração dos campos inseridos dentro do contexto do pré-sal, nas bacias da costa sudeste brasileira, avançando para as aplicações já em uso, bem como as perspectivas, relacionadas às atividades em progresso na chamada Margem Equatorial. O primeiro tópico a ser abordado dentro desta temática trata da aquisição sísmica, cujo desenvolvimento foi vital para a obtenção de melhores dados. Após a aquisição de dados sísmicos 2D, que serviram para o reconhecimento geológico regional e orientaram os primeiros poços, a aquisição de dados 3D a partir de levantamentos multicabos veio como grande divisor de águas, permitindo a caracterização estrutural e estratigráfica mais acuradas. Entretanto, os contextos geológicos complexos guardavam ainda muitas incertezas, que puderam ser gradativamente mitigadas a partir do início das aquisições com receptores de fundo oceânico, como os OBNs (Ocean Bottom Nodes). Em paralelo ao desenvolvimento das aquisições sísmicas, deve-se destacar ainda os avanços concernentes à construção dos modelos de velocidade, que permitiram a aplicação de algoritmos mais complexos de migração sísmica, que puderam então passar dos tradicionais PSTM (Pre-Stack Migration) para PSDM (Pos-Stack Migration), além de outros congêneres, como a RTM (Reverse Time Migration). Com relação à construção dos modelos de velocidade, é possível destacar o crescimento das aplicações tomográficas, bem como a grande revolução do FWI (Full Wave Inversion), que ao utilizar a equação completa da onda, adicionou aos modelos gerados maior complexidade, especialmente em cenários com grandes variações de velocidade. Desta forma, nas bacias de Campos e Santos, foram alcançados avanços significativos no imageamento abaixo do sal, na definição de planos de falhas e continuidade dos refletores sísmicos, bem como na melhoria das sismofácies associadas aos reservatórios, grandemente beneficiadas pelas baixas frequências presentes nos dados sísmicos mais recentes. Para a Margem Equatorial, muitas das aplicações em processamento e imageamento sísmico já são aplicadas, contribuindo no estudo de regiões com fundo marinho irregular, além de característicos depósitos de massa complexos, que muitas vezes implicam em pronunciadas variações de velocidade. Entretanto, a escassez de dados com offsets longos e com ampla variação azimutal ainda permanece como limitação para algumas aplicações, especialmente no detalhamento dos modelos de velocidade para maiores profundidades, onde o imageamento de falhas e estruturas do embasamento continuam desafiadoras.

Palavras Chave

Imageamento geofísico; Tecnologias geofísicas; Processamento Geofísico

Área

TEMA 15 - Geofísica

Autores/Proponentes

Gustavo Henrique Teixeira da Silva, Gustavo Henrique Teixeira da Silva, Max Magalhães Velasques, Max Magalhães Velasques, Thiago Nobre Costa, Thiago Nobre Costa, Ricardo Augusto Rosa Fernandes, Ricardo Augusto Rosa Fernandes