51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MINERALOGIA MAGNÉTICA E MAGNETOESTRATIGRAFIA DA SEÇÃO SEDIMENTAR DO MONTE KUMETA (OESTE DA SICÍLIA, ITÁLIA)

Texto do resumo

As amostras sedimentares analisadas neste trabalho pertencem ao Monte Kumeta (Cretáceo Inferior) e estão localizadas na Sicília, próximo às cadeias de montanhas de Palermo, sul da Itália. O Monte Kumeta consiste em uma elevação topográfica que se estende por aproximadamente 20 km em tendência E-W pela porção oeste da Sicília, com cerca de 1233 metros de altura. O objetivo desta pesquisa é a realização da datação relativa das rochas sedimentares do Monte Kumeta, através de análises da mineralogia magnética e o estudo magnetoestratigráfico das amostras coletadas. Para o estudo das propriedades magnéticas foram realizadas medidas de susceptibilidade magnética (SM), e a obtenção de curvas de histerese, curvas de magnetização remanescente isotérmica (MRI) e curvas termomagnéticas. Os resultados paleomagnéticos das amostras do Monte Kumeta mostram baixas intensidades de magnetização remanente natural (MRN). As curvas de histerese apresentaram comportamentos semelhantes exibindo cintura fina, típicas de minerais de baixa coercividade como a magnetita. Entretanto, algumas amostras apresentaram curvas de histereses com cintura mais espessas (wasp-waist loops), características da mistura de minerais de baixas e altas coercividades (como magnetita + hematita). As curvas de MRI mostram curvas semelhantes, indicando também a presença de minerais de baixa coercividade (como magnetita). Já as curvas termomagnéticas, em sua maioria, apresentam-se na forma irreversível e com temperaturas de Curie em torno de 680ºC sugerindo a presença do mineral magnético hematita (alta coercividade). As análises paleomagnéticas indicam uma boa estabilidade direcional para a maioria das amostras analisadas. Essa estabilidade é corroborada pela presença de minerais com estado de domínio pseudo-simples (PSD). A análise dos dados magnetoestratigráficos do Monte Kumeta evidenciam a existência de três magnetozonas muito bem definidas, destas duas com polaridades reversas e uma com polaridade normal. Estudos bioestratigráficos estão em desenvolvimento e espera-se realizar, a partir das biozonas obtidas, o estabelecimento de uma idade relativa para a seção sedimentar do Monte Kumeta, através da correlação com as magnetozonas encontradas para a seção.

Palavras Chave

Magnetoestratigrafia; Paleomagnetismo; Mineralogia magnética; Monte Kumeta; Cretáceo inferior

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Gabriella Augusta Nascimento da Silva, Franklin Bispo-Santos, Ana Paula de Martini de Souza, Stephanie Leone de Almeida Pecchiai Saldanha Saldanha, Luigi Jovane