51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

POTENCIAL DE CAPTURA DE CO2eq ATMOSFÉRICO POR INTEMPERISMO APRIMORADO DE BASALTOS DO GRUPO SERRA GERAL

Texto do resumo

Há muito tempo, as flutuações climáticas têm sido objeto de estudo e preocupação generalizada entre os seres humanos. O aumento das atividades industriais, impulsionado pela intensificação da intervenção humana no meio ambiente, tem como resultado a produção de um dos principais gases do efeito estufa: o dióxido de carbono (CO2). Como parte dos esforços para mitigar as consequências do aumento da emissão de CO2, há um aumento significativo na pesquisa relacionada ao desenvolvimento de tecnologias e metodologias de baixo custo, aplicáveis em larga escala. Nesse sentido, uma estratégia defendida para moderar o aumento da temperatura global é a aplicação da técnica de intemperismo aprimorado (enhanced weathering). O emprego de rochas silicáticas pulverizadas, além de repor nutrientes em áreas de cultivo, desencadeia uma série de reações químicas levando a formação de bicarbonatos solúveis em água e, consequentemente, capturando CO2eq atmosférico. O objetivo deste estudo é avaliar o potencial de captura de CO2eq a partir de um conjunto de dados compilados da literatura com análises geoquímicas de 1831 amostras de basaltos do Grupo Serra Geral. Para isso, foi executado o calculo do potencial máximo de captura de CO2eq por intemperismo aprimorado (Epot). O calculo considera os coeficientes e massas molares das substâncias presentes nas amostras, expressos em suas composições químicas, para avaliar o quão eficaz uma rocha pode ser na captura de CO2eq. A análise dos dados de basaltos do Grupo Serra Geral revela uma média de Epot de 184,58 de CO2eq por tonelada de basalto. Foi possível observar que existem variações significativas de Epot para as diferentes formações do Grupo Serra Geral. A Formação Esmeralda possui o maior potencial médio, podendo capturar 238,42t de CO2eq/t de basalto, seguida pelas formações Ribeira e Paranapanema, com 230,30 e 222,23 t de CO2eq/t de basalto, respectivamente. Essas unidades apresentam uma tendência de maior concentração de MgO e CaO, principais elementos das reações de formação de carbonatos, enquanto exibem teores mais baixos de Na2O, K2O, P2O5 e SO3. Em contrapartida, unidades com conteúdos mais altos de Na2O, K2O, P2O5 e SO3 (formações Chapecó, Palmas, Pitanga e Urubici) e mais baixos de MgO e CaO, tendem a ter médias mais baixas de Epot. Além disso, elementos como SO3 e P2O5 reagem quimicamente com o oxigênio em processos de intemperismo, formando dióxido de enxofre (SO2) ou trióxido de enxofre (SO3) que retornam para a atmosfera e contribuem para a formação de chuva ácida. Solos ácidos em processos de lixiviação de minerais fosfatados liberam fósforo na forma de íons de fosfato que podem reagir com ácidos ou serem solubilizados na água sem contribuir diretamente para a captura de CO2eq. Conclui-se que o intemperismo aprimirado de basaltos do Grupo Serra Geral pode contribuir significativamente para a captura de CO2eq atmosférico, principalmente se forem consideradas sua amplitude volumétrica e de distribuição espacial. Para uma análise do balanço de CO2eq se faz necessária uma análise do ciclo de vida da utilização dos basaltos do Grupo Serra Geral como remineralizadores, comparando o potencial de captura com as emissões, desde a extração até a aplicação.

Palavras Chave

Rochagem; captura de CO2eq; Grupo Serra Geral; PÓ DE ROCHA; enhanced weathering

Área

TEMA 12 - Minerais da Transição Energética e Minerais Industriais

Autores/Proponentes

Laryssa dos Santos Matos, Ronaldo Pierosan, Lucas Magalhães May Rossetti, Guilherme Henrique Sampaio Duarte, Naiade Caroline Barbieri, Gabriel Medeiros Marins