51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

UTILIZAÇÃO DA SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA ALIADA À PETROGRAFIA MICROSCÓPICA NA CARACTERIZAÇÃO PETROFÍSICA DE ITABIRITOS COMPACTOS E FRIÁVEIS DO FLANCO LESTE DO SINCLINAL MOEDA, MG

Texto do resumo

O Quadrilátero Ferrífero localiza-se na porção centro-sul de Minas gerais, e é uma das mais importantes províncias minerais do mundo e tem como principal rocha hospedeira do minério de ferro o itabirito, que corresponde a formações ferríferas bandadas metamorfisadas. Os itabiritos são compostos, basicamente, por bandas de óxido de ferro e quartzo. A principal ocorrência dessa litologia se dá na Formação Cauê, unidade do Grupo Itabira inserido no Supergrupo Minas. A área de estudo está localizada em uma de suas notáveis estruturas, no flanco leste do sinclinal Moeda, entre os municípios de Rio Acima e Nova Lima. Com grande relevância econômica, a distinção entre itabirito compacto e friável é de suma importância em questões que vão desde a concentração de Fe até o planejamento de toda uma mina. Este trabalho tem como objetivo realizar a distinção entre corpos itabiríticos compactos e friáveis por meio do contraste da susceptibilidade magnética aliada a petrografia macroscópica e microscópica desses litologias. Para realização deste trabalho foram realizadas medições pontuais de susceptibilidade magnética utilizando um susceptibilímetro KT-10 e petrografia de lâminas delgadas polidas de itabiritos compactos e friáveis. Utilizou-se um furo de sondagem, denominado FS-01 com 150 metros de comprimento. Para petrografia foram utilizadas dez amostras macroscópicas, seis de itabirito compacto e quatro de itabirito friável. As medidas de susceptibilidade magnética com o KT-10 foram obtidas a cada 15 centímetros. Para realizar a caracterização dos corpos itabiríticos se utilizou em conjunto os resultados obtidos a partir da susceptibilidade magnética e da petrografia macro e microscópica. As amostras macroscópicas analisadas correspondem a: itabirito manganesífero, itabirito friável, veio de quartzo e itabirito compacto. Para esse estudo foram selecionadas apenas amostras de itabiritos friáveis e itabiritos compactos para confecção de lâminas delgadas. Com a petrografia microscópica, se observou nos itabiritos friáveis predominantemente martita com textura em treliça, kenomagnetita (solução sólida intermediária entre a magnetita e a maghemita), com núcleos preservados em meio à martita, e quartzo. Já os itabiritos compactos contêm principalmente hematita lamelar, cristais granoblásticos bem formados de magnetita e quartzo. Em relação à susceptibilidade magnética entre os itabiritos compactos e friáveis, notou-se que nos compactos o valor médio é de 324.84x10-³ SI em 425 medições; os friáveis apresentam valores médios de 47.42x10-³ SI em 334 medições. Os dados de petrofísica aliada a petrografia microscópica revelam que os baixos valores de susceptibilidade magnética dos itabiritos friáveis estão associados aos cristais de magnetita martitizados, que perderam grande parte de sua propriedade magnética devido às alterações intempéricas. Por outro lado, os altos valores de susceptibilidade magnética nos itabiritos compactos correspondem aos cristais bem formados de magnetita, bem preservados e com suas propriedades magnéticas conservadas. Tendo em vista a grande importância dos itabiritos na exploração de ferro no Quadrilátero Ferrífero, os resultados obtidos neste trabalho contribuem com a diferenciação de corpos itabiríticos.

Palavras Chave

Quadrilátero Ferrífero; Formação Cauê; Petrofísica.

Área

TEMA 15 - Geofísica

Autores/Proponentes

Hugo Guilherme Moreira Oliveira, Rosaline Cristina Figueiredo e Silva, Raphael Fernandes Prieto, Dionísio Uendro Carlos, Debora Amato Lourenço Rossi, Marco Antônio Couto Jr