51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA PORÇÃO E-SE DA FOLHA CORRENTINA (SD.23-X-C-I), REGIÃO OESTE DA BAHIA

Texto do resumo

A região noroeste do Cráton do São Francisco, particularmente no município de Correntina, Bahia, destaca-se no cenário geológico do sudeste brasileiro como um "basement inlier", uma área onde rochas antigas do embasamento cristalino são expostas devido à erosão das camadas sedimentares sobrejacentes. A exposição única do Complexo Granítico-gnaíssico Migmatítico Correntina, da Formação Metavulcanossedimentar Extrema, e da Suíte Intrusiva Correntina, sob a cobertura das unidades do Grupo Bambuí e do Grupo Urucuia, oferece uma oportunidade rara de investigar a história tectônica e a composição litológica detalhada de um segmento crucial do Cráton do São Francisco. O foco principal deste estudo é aprimorar a escala de detalhamento dos mapeamentos geológicos anteriores, desenvolvendo um mapa geológico na escala 1:25.000 para a porção E-SE da folha Correntina (SD.23-X-C-I). Contribuindo em escala de detalhe para o conhecimento geológico da região e sua importância para futuras pesquisas e exploração mineral. Para execução do trabalho foram utilizadas a carta geológica Brasília (SD.23) ao milionésimo, carta de Jazimentos Auríferos de Correntina, com escala de 1:250.000 e dados gamaespectométricos e magnotométricos do projeto Aerogeofísico Bambuí, além dos trabalhos de campo. Através dos dados gamaespectrométricos disponíveis foram gerados os mapas de canais de K, U e Th, contagem total e composição ternária. Para os dados de magnometria foram utlizados os mapas de amplitude de sinal analítico e primeira derivada vertical. Observações de campo revelaram que as rochas do Complexo Granítico-Gnaíssico Migmatítico são de protólito ígneo de composição granodiorítica, monzongranítica e tonalítica, apresentando intensa sobreposição de deformação, com uma nova trama milonítica e cataclástica, com orientação média de N210°/53°NW. A cinemática dessas deformações, identificada como destral, reflete uma fase de deformação progressiva de caráter compressivo, evidenciado pela milonitização, zoneamento e fraturas. A Sequência Metavulcanossedimentar Extrema situa-se a nordeste da área, representada por um segmento alongado em um contato lateral com o Grupo Urucuia e outro sotoposto com o Complexo Granítico-Gnáissico Migmatítico. Apresenta metamorfismo de baixo a médio grau, evidenciado pela clivagem de crenulação e xistosidade. As litologias encontram-se foliadas com direção média de N219°/62°NW. O Grupo Urucuia compõe quartzo arenito e arenito subarcósio com estruturas como laminação e acamamento planoparalelo e estratificação cruzada angular. Durante a pesquisa, observou-se a ausência de registros das rochas associadas à Suíte Intrusiva Correntina e ao Grupo Bambuí, bem como a litologia vulcânica da Sequência Metavulcanossedimentar Extrema, o que pode sugerir a não ocorrência na área, ou atribuído ao nível de detalhe da escala do mapa. Diante desse contexto sugere-se que essa configuração é resultado de uma série de eventos geológicos sucessivos, sendo os mais impactantes os retrabalhamentos crustais, com mecanismos concentrados na zona de cisalhamento. Esses processos envolvem predominantemente regimes de cinemática dúctil-rúptil e rúptil, com direção principalmente destral, responsáveis pela milonitização e catacláse nas rochas do embasamento.

Palavras Chave

Cráton do São Francisco; Sequência Extrema; Complexo Granítico-Gnaíssico Migmatítico; mapeamento geológico

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Ysla Sabrina Matos Silveira, Edvaldo Fernandes Silva, Ítalo Jonathas Ramos Sales, Jairo Ferreira Costa, Éder Luis Mathias Medeiros, Lucas Teixeira Souza