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Título

GEOQUÍMICA ORGÂNICA DA FORMAÇÃO BARRA VELHA (PRÉ-SAL, BACIA DE SANTOS): AVALIAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA E DO POTENCIAL DE GERAÇÃO DE HIDROCARBONETOS

Texto do resumo

A Formação Barra Velha, localizada na seção pré-sal da Bacia de Santos, é formada por uma sequência de depósitos carbonáticos que abrigam importantes reservatórios de hidrocarbonetos. Estes reservatórios estão intercalados com camadas menos espessas de rochas com potencial para geração de hidrocarbonetos, ainda pouco estudadas. As rochas dessa Formação são compostas por argilas magnesianas e agregados fasciculares e esferulíticos de calcita depositados in situ, bem como intraclastos redepositados dessas mesmas composições. A deposição ocorreu em um ambiente lacustre alcalino durante o Período Cretáceo inferior. Este estudo tem como objetivo investigar o tipo e a distribuição da matéria orgânica contida na Formação Barra Velha, visando obter informações sobre o paleoambiente deposicional e o potencial de geração de hidrocarbonetos. Para isso, amostras de três poços localizados em diferentes campos petrolíferos foram analisadas através de pirólise Rock-Eval e técnicas de microscopia como petrografia sedimentar e palinofácies. Os biomarcadores dos óleos extraídos das amostras foram analisados por cromatografia gasosa (CG-EM). Os resultados indicam que as rochas que possuem a matriz argilosa preservada apresentam concentrações maiores de matéria orgânica (COT médio de 0,87%), majoritariamente do tipo I e II, propícia para geração de óleo e gás. Nessas rochas há predomínio de matéria orgânica amorfa (MOA) de origem bacteriana. Esses depósitos foram formados em ambiente lacustre de baixa energia hidrodinâmica e hipersalino, sobre um leito deposicional com baixa concentração de oxigênio (anóxico), o que propicia a preservação da matéria orgânica. Rochas redepositadas e rochas in situ ricas em agregados fasciculares de calcita exibem baixos teores de matéria orgânica, majoritariamente classificada como tipo II-III e III. A matéria orgânica contida nessas rochas é composta principalmente por MOA gerada pela amorfização de zooclastos, indicando deposição em ambiente oxigenado. O que aumenta a degradação da matéria orgânica, originando rochas pobres em conteúdo orgânico (COT médio de 0,30%). Os intervalos ricos em argilas possuem em média bom potencial de geração de hidrocarbonetos (S2 médio de 5,43 mg HC/g rocha), contudo apresentam espessura limitada (< 20 m) e foram registrados em apenas um dos poços estudados (Poço A). Os Poços B e C não possuem rochas com a matriz argilosa preservada, logo têm baixo potencial para geração de hidrocarbonetos. Hidrocarbonetos migrados das Formações subjacentes foram identificados nos poços B e C, estes foram diferenciados dos hidrocarbonetos gerados da Formação Barra Velha (Poço A) por meio de parâmetros de biomarcadores tradicionais como: pristano/fitano, índice de gamacerano, razão hopanos/esteranos e TPPs. Esses parâmetros indicam condições lacustres mais salinas (hipersalinas) e anóxicas durante a deposição das camadas ricas em matéria orgânica da Formação Barra Velha, em comparação às rochas geradoras sotopostas. Dessa forma, essas informações ampliam o conhecimento sobre o ambiente deposicional da Formação Barra velha, e sobre seu potencial para geração de hidrocarbonetos dentro dos sistemas petrolíferos da seção pré-sal da Bacia de Santos.

Palavras Chave

Rocha Geradora; óleos lacustres; Biomarcadores; palinofácies; pre-sal