Dados da Submissão

Título

MODELAMENTO PETROLÓGICO DOS CORNUBIANITOS DO COMPLEXO BOSSOROCA NA REGIÃO DE SÃO SEPÉ, RS

Texto do resumo

O Complexo Bossoroca (CB) é uma associação metavulcanossedimentar de idade toniana situada no Bloco São Gabriel, porção oeste do Escudo Sul-rio-grandense. As rochas que compõem o complexo registram metamorfismo regional orogênico em fácies xisto verde. A intrusão do Complexo Granítico São Sepé (CGSS), durante o Ediacarano, afetou termicamente as rochas do CB, nas quais é possível observar indicativos texturais e mineralógicos de metamorfismo de contato. O objetivo deste trabalho é modelar as condições de pressão e temperatura do metamorfismo de contato. Para isso, foram amostrados diferentes pontos próximos ao corpo intrusivo para análise dos efeitos termais da intrusão. Com base no estudo petrográfico, foram selecionadas amostras para análise em Microssonda Eletrônica Cameca SXFive. As lâminas preparadas para determinação da composição química dos minerais em microssonda foram fotografadas, e cada ponto analisado plotado e identificado para permitir avaliar a relação entre sua textura e composição. Os dados químicos de rocha total foram obtidos por Fluorescência de Raios-X de modo a situar a composição específica de cada amostra para a realização de modelamento geotermobarométrico através de pseudosseção utilizando o software Perple_X 6.7.0. A composição química das associações minerais em equilíbrio foi utilizada para plotar as isopletas nas pseudosseções. As rochas estudadas são cornubianitos de estrutura dominatemente maciça, às vezes contendo porções reliquiares de estrutura bandada. A textura granoblástica poligonal fina a média predomina, com poiquiloblastos, em geral esqueletais, de contatos irregulares, raramente retos. Nas amostras de rochas metapelíticas, os porfiroblastos maiores são de cordierita, sendo a estaurolita menos abundante e de tamanho menor. A divergência em relação a dados da literatura, que indicam presença de andalusita, provavelmente resulta de variação composicional do protólito sedimentar na zona afetada pela intrusão do CGSS. Metabasitos com textura decussada e porfiroblastos de hornblenda ocorrem associados. A rocha mais representativa do metamorfismo de contato, e escolhida para modelamento em pseudosseção tem a paragênese Grt-Bt-Qz-Pl-Kfs-Op-Crd-St. A composição média dos cristais de cordierita é Alt 4,03 auf e XMg 0,65, de estaurolita é Alt 18,05 auf e XMg 0,14, de biotita é Alt 3,51 auf e XMg 0,46 e de granada é Alm 68,01, Py 12,40, Gross 4,58, Sp 14,84 e XMg 0,14. O modelamento termodinâmico dos cornubianitos estudados indica condições de pressão e temperatura para o metamorfismo de contato entre 3,4-4,6 kbar (ca. 11 – 15 km de profundidade) e 560-600 °C, concordante com estimativas anteriores obtidas por métodos qualitativos (2,5-4,5 kbar/570-600 °C). Essas condições são concordantes com o caráter epizonal do CGSS.

Palavras Chave

Metamorfismo de contato; Química Mineral; Complexo Bossoroca; geoquímica; Geotermobarometria.