51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO GEOLÓGICO EM ESCALA 1:30000 DO COMPLEXO MONTES CLAROS, PROVÍNCIA ALCALINA DE GOIÁS

Texto do resumo

O Complexo Alcalino Montes Claros (CAMC) faz parte do conjunto de intrusões alcalinas que juntas formam a Província Alcalina de Goiás (PAGO), resultante de magmatismo cretáceo ocorrido no sudoeste goiano, posicionado na borda da Bacia do Paraná com a parte oeste da porção sul do Arco Magmático de Goiás. O CAMC compreende uma intrusão de formato semicircular, com cerca de 8 km de diâmetro, sendo composto por uma borda concêntrica de composição ultramáfica, seguida de um núcleo que grada, da borda para o centro, de uma composição gabróica/malignítica para sienítica/nefelina sienítica, que apresenta variações faciológicas texturais (macro a micropórfiros) e composicionais (maior presença ou não de feldspatoides e minerais máficos), e presença de um dique de lamprófiro. O CAMC encontra-se encaixado nos sedimentos da Formação Furnas, cujo contato direto com a porção plutônica (não observado) ocorre nas regiões norte, oeste e sul, e promove áreas com metamorfismo de contato, representadas por arenitos recristalizados, de aspecto maciço e coloração cinza. As margens leste e sul do CAMC são delimitadas por falhas normais, que posicionam lado a lado as unidades plutônicas e o registro de atividade magmática explosiva, evidenciada pela presença de estruturas vulcânicas como soleiras, diques, derrames de lava e piroclásticas (tufáceas) de composição basanítica, basáltica (alcalina) a fonolítica, e presença de diques alcalinos subordinados de composição traquítica, distribuídas ao longo de uma faixa com orientação geral NE-SW, e têm sua ascensão associada a uma falha transcorrente alocada no leste da área. Na porção plutônica do CAMC, a unidade ultramáfica (36,3-37,1% SiO2; 35,8-39,2% MgO) apresenta ampla alteração serpentinítica, poucos representativos do protólito (dunitos), e é rica em Cr (até 5069 ppm), Ni (até 2360 ppm) e Co em menor proporção (até 151 ppm). A unidade gabro-sienítica apresenta desde leuco-monzogabros (50% SiO2; 6,5% MgO; 10,2% CaO; 2,5% K2O e 2,4% Na2O) com ou sem nefelina a malignitos, até sienitos e nefelina sienitos (até 20% de nefelina), os termos plutônicos mais ácidos (54-60% SiO2) e alcalinos (7,4-9,3% K2O e 4,1-5,6% Na2O). A presença de estruturas como brechas magmáticas, enclaves máficos (px+anf+tit+mt) em sienitos, veios e vênulas félsicas em composições gabroicas/maligníticas sugerem processos magmáticos de mistura/mingling entre esses litotipos, corroborados em petrografia pela presença de apatita acicular e variedade de macrocristais de piroxênios e anfibólios com complexas zonações, também observadas nos macrocristais presentes nas rochas vulcânicas (olivina, piroxênios e anfibólios), que por sua vez apresentam textura de corrosão. Os diques e derrames de composição básica analisados variam de 45,1-49,8% SiO2; 4,1-15,1% MgO; 7,5-10,4% CaO; 0,78-3,5% Na2O e 1,31-4,2% K2O, em contraste com derrames de fonolito e diques de traquito (respectivamente 56,8-65,9% SiO2; 0,14-0,58% MgO; 1,63-2,22% CaO; 4,3-7,6% Na2O; 6,0-7,6% K2O), termos vulcânicos mais evoluídos presentes no CAMC. Dentre as rochas vulcanoclásticas, predominam siltitos tufáceos, além dos arenitos tufáceos e brechas de tufo. Nestas a variação dos principais elementos maiores acompanha a quantidade de fragmentos de quartzo acidentais que compõem as laminações, intercaladas com cinzas e vidro vulcânico (48,4-84,4% SiO2; 0,14-4,1% MgO; 0,03-8,0% CaO; 0,54-3,1% Na2O e 2,8-6,3% K2O).

Palavras Chave

Província Alcalina de Goiás (PAGO); Magmatismo alcalino; Complexo Alcalino Montes Claros (CAMC); fonolito; Nefelina Sienito

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Monique Maria Vieira, Yuri Lopes de Brito , Elisa Soares Rocha Barbosa, Mateus Andrade Reis, Estela Leal Chagas do Nascimento