51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PETROLOGIA E CORRELAÇÃO GEOQUÍMICA DA FORMAÇÃO VALE DO SOL, GRUPO SERRA GERAL – PROVÍNCIA MAGMÁTICA PARANÁ-ETENDEKA

Texto do resumo

A Província Magmática Paraná-Etendeka é um evento do Cretáceo (131-135 Ma) associada a ruptura do Gondwana Ocidental e a abertura do oceano Atlântico Sul. No Brasil, as rochas desse evento compõem o Grupo Serra Geral, subdividido, nas Formações: Torres, Vale do Sol, Palmas, Barros Cassal, Esmeralda; ao sul, e Chapecó, Pitanga e Paranapanema, ao norte. Neste contexto, as rochas da Formação Vale do Sol representam a fase principal do magmatismo na porção sul da província. Esta unidade constitui uma pilha de lavas > 500m de espessura total de composição andesito basálticas, formada por derrames tabulares espessos (> 20m) do tipo rubbly pahoehoe. A relação entre a fase principal do magmatismo e a geração de composições intermediárias em grandes províncias ígneas, assim como os processos petrológicos envolvidos na diferenciação dos magmas, são ainda pouco explorados e modelos petrológicos relacionados a geração destes magmas escassos. Perfis estratigráficos detalhados foram construídos na região nordeste do Estado do Rio Grande do Sul (RS), no entorno do município de São Marcos e na Serra da Rocinha, para investigar a estratigrafia interna da Formação Vale do Sol. Ao longo dos perfis afloram derrames entre 9 e 90 m de espessura, caracterizados por uma base pobremente vesicular/amigdaloidal, um núcleo maciço e um topo fragmentado. Uma amostragem detalhada permitiu a caracterização petrológica desta unidade. Os derrames são afíricos com granulação fina a muito fina compostos por plagioclásio, augita e óxidos, ± pigeonita ±olivina. Quimicamente são andesitos basálticos, do tipo Gramado que transicionam para composições do tipo Esmeralda. Podem ser agrupados de acordo com as concentrações de TiO2, P2O5, MgO e Zr, em três grupos: O Grupo 1 (G1), TiO2 < 1,3%, Grupo 2 (G2), TiO2 entre 1,3 e 1,5%, e o Grupo 3 (G3), TiO2 > 1,5%. As composições variam ao longo da estratigrafia dos perfis com a base sendo formada por derrames primitivos do G1, sucedidos por derrames diferenciados do G3. Esta transição ocorre de forma abrupta. A sequência é recoberta por derrames G2 e finalmente um pacote de rochas ácidas. O perfil RA contém ainda um pacote adicional de derrames intermediários (G2) e uma unidade ácida superior (Anita Garibaldi). A correlação estratigráfica fornece informações importantes sobre a magnitude e continuidade lateral dos eventos vulcânicos.

Palavras Chave

Grandes Províncias Ígneas; estratigrafia vulcânica; andesitos basálticos

Área

TEMA 19 - Magmatismo e Processos Petrogenéticos

Autores/Proponentes

Naiade Caroline Barbieri, Ana Beatriz Torres Souza, Ingrid Muller Mohr, Marcelo Canals Meucci, Evandro Fernandes Lima, Lucas Magalhães May Rossetti