51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PETROGRAFIA E PROPRIEDADES PETROFÍSICAS DE ROCHAS VULCANOCLÁSTICAS DO GRUPO SERRA GERAL E SEU POTENCIAL COMO SELO PARA O ARMAZENAMENTO GEOLÓGICO DE CO2

Texto do resumo

Reservatórios vulcânicos apresentam grande potencial para o armazenamento geológico de CO2 e surgem como uma promissora solução para mitigar os impactos do aquecimento global. No Brasil, a Província Magmática Paraná-Etendeka (PMPE) expõe volumes significativos de derrames basálticos e rochas vulcanoclásticas associadas. Os intervalos sedimentares e vulcanoclásticos ocorrem tipicamente entre derrames sendo formados durante períodos de hiato do vulcanismo. O presente trabalho buscou identificar as características geológicas e os padrões de porosidade e permeabilidade em diferentes pacotes de rochas vulcanoclásticas e sedimentares presentes entre derrames das sequências de alto-Ti da PMPE. Com o objetivo de determinar o potencial dos intervalos sedimentares e vulcanoclásticos como possível selo, viabilizando a utilização de basaltos abaixo destes intervalos como alvos para mineralização de carbonatos para o armazenamento permanente de CO2. Os dados foram obtidos a partir da descrição destes intervalos em campo, realização de análises petrográficas e análises petrofísicas de laboratório. Foram coletadas amostras de basaltos, arenitos e arenitos vulcanoclásticos e peperitos (misturas entre material vulcânico e sedimentos). As amostras de basalto são maciças, com granulação fina (< 1 mm), vesiculares ou microvesiculares, tendo matriz composta por cristais de plagioclásio e clinopiroxênio, além de óxidos. As amostras de rochas sedimentares variam de arenitos com granulometria fina a silte. As amostras de peperito foram coletadas com diferentes concentrações de basalto e arenito, algumas amostras apresentavam amígdalas preenchidas por calcita, sílica e fragmentos de sedimentos. A matriz dos peperitos é composta por material clástico de granulometria areia fina à silte, com contribuição pequena de material vulcânico, argilominerais, transição fluida para basalto vesicular. Análises petrofísicas revelaram valores de porosidade variando entre 2,8% e 30,25%, com os maiores valores sendo obtidos em amostras de peritos. Para os peperitos a porosidade varia entre 6,54% a 30,25% com permeabilidades da ordem de 0,01 a 35,77 mD, já nas amostras de basaltos a porosidade varia de 2,8% a 21,29% para valores de permeabilidade entre de 0,01 a 10,48 mD. Os resultados preliminares deste trabalho indicam condições favoráveis a utilização com possivel potencial de armazenamento geológico de CO2, devido aos valores de porosidade e permeabilidade elevados, contudo a extensão lateral e espessura destes depósitos deve ser considerada.

Palavras Chave

Bacia do Paraná; Grupo Serra Geral; peperitos; CCUS

Área

TEMA 13 - Transição de matriz energética e energia renovável

Autores/Proponentes

Ana Beatriz Torres e Souza, Naiade Caroline Barbieri, Lucas Magalhaes May Rossetti, Rogério Roque Ruberts, Gabriel M Marins, Evandro Fernande Lima