51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

FORMAÇÕES SUPERFICIAIS: ESCALA DE ANÁLISE E VARIABILIDADE DE TERMOS UTILIZADOS NAS GEOCIÊNCIAS

Texto do resumo

A superfície terrestre é objeto de análise nas geociências e representa a síntese de um complexo sistema geoambiental derivado de interações de elementos do sistema-terra, tais como rocha, minerais, clima e organismos, sob múltiplas escalas do espaço-tempo (Ab’Saber, 1969; Christofoletti, 1980; Guerra, 1994; Florenzano, 2008; Gupta, 2011; Shobbenhaus; 2003; Valadão; 1998). O principal objetivo aqui é o de apresentar as coberturas superficias enquanto categoria analítica de investigação da evolução da paisagem. As discussões sobre a investigação de coberturas superficiais, ou coberturas pedológicas, tem como base principalmente os fatores de formação de solos, representado pela equação de Jenny (1941): S = f (m, c, r, o, t); S - Cobertura pedológica, f (em função de), m - material de origem ou rochas, r - topografia ou relevo, c - clima, o - organismos e t - tempo. Ab’Saber (1969) apresentou três níveis de análise da superfície terrestre, (i) a compartimentação da topografia regional, (ii) a estrutura das paisagens, e (iii) os processos geomorfodinâmicos e pedológicos. Nesse contexto, formações superficiais correspondem a materiais de considerável variabilidade textural, mineralógica, granulométrica, estrutural e histórica. Esses materiais refletem diferentes conclusões analíticas a depender da escala espacial e de tempo em que se observa. Henriques, em 2017, apresentou a categoria analítica das formações superficiais sob a perspectiva desde as escalas megacontinentais até a nanoescala laboratorial, e suas diferentes nomenclaturas que assumem ao perpassar por essas escalas, nomenclaturas estas, a saber: (i) coberturas sedimentares plataformais; (ii) coberturas detrito-lateríticas, (iii) crosta laterítica; (iv) materiais inconsolidados; (v) epiderme terrestre; (vi) manto de alteração; (vii) manto de intemperismo; (viii) regolito; (ix) formações superficiais; (x) coberturas superficiais; (xi) coberturas pedológicas; (xii) colúvio, alúvio, elúvio; (xiii) saprolito; (xiv) alterita, alo, meta e isalterita); (xv) pedoestrato; (xvi) pedon; (xvii); (xviii) fundo matricial; (xix) agregados; (xx) feições pedológicas. A escala de análise, as terminologias e o objetivo são definidas pela pesquisa que se é realizada, bem como os propósitos e divulgação nas ciências ambientais. As formações inconsolidados que revestem a paisagem e estruturam o relevo, portanto, demandam técnicas e critérios em sua investigação quanto ao termo a ser utilizado em cada estudo científico, visto que cada terminologia possui sua raiz conceitual e sua própria história de evolução epistemológica, tornando o objeto de pesquisa fortemente influenciado pela escolha do termo utilizado. Para este trabalho apresento ‘formações superficiais’ enquanto terminologia geral. As stonelines são setores inseridos ao longo de uma seção de um manto superficial inconsolidado, normalmente descrito em trabalhos geomorfológicos e pedológicos, cuja investigação de sua gênese e evolução comumente tem relação ao intemperismo in situ de veios de quartzo, além de processos de coluvionamento e pedoturbação local. Sua escala de análise pode ir desde sua distribuição espacial em escala continental e suas significâncias para a evolução da paisagem regional, bem como suas implicações em escala de partículas em uma seção de solo, sendo o campo fundamental para seu mapeamento e entendimento geomorfodinâmico na paisagem.

Palavras Chave

Coberturas superficiais; Stoneline; pedologia; Geomorfologia; Categoria analítica

Área

TEMA 05 - História e difusão das geociências

Autores/Proponentes

Renata Jordan Henriques, Roberto Célio Valadão, Fábio Soares de Oliveira