51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ESTUDO SOBRE OS ASPECTOS GEOLÓGICOS DE UMA CAVA DE MÁRMORE COMO SUBSÍDIO A LAVRA DE ROCHA ORNAMENTAL

Texto do resumo

A lavra de blocos de rocha ornamental é controlada por fatores estéticos (aparência) e geológicos. O primeiro, é definido pela demanda do mercado. O último, compreende, as descontinuidades, que comprometem a integridade física dos blocos, e as variações faciológicas do material, que impactam seu valor de venda. O intuito do estudo foi a caracterização litológica e estrutural de detalhe da Cava 9, explorada pela empresa IMIL, localizada em Alto Gironda, Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo (Brasil), de modo a auxiliar a lavra de blocos. Para tanto, integrou-se dados estruturais, petrográficos e dados provenientes da interpretação geológica de imagens aéreas. Estes dados serviram de base para a construção de modelos de blocos 3D representativos. Os dados foram levantados a cada metro ao longo dos taludes verticais das frentes de lavra NW, SE e SW. Os dados estruturais compreenderam o cadastramento das estruturas e a determinação de suas propriedades geométricas (abertura e persistência). A cava estudada possui 1,7 hectares de área de lavra, profundidade de 22 m e está orientada na direção NE-SW. São encontradas três variedades de mármores no local: calcíticos, dolomíticos (exibe aspecto leitoso) e bandado. Estes mármores exibem ampla variação cromática, como branco, branco azulado, branco esverdeado e branco acinzentado. O bandamento metamórfico tem atitude modal 122/52 (dip direction/dip) e é definido por carbonatos e cristais de tremolita e diopsídio de granulação muito fina. Ele é heterogêneo, descontínuo e pode variar desde a escala de centímetros até metros. O mármore encontra-se deformado, sendo possível reconhecer duas fases de dobramento, concordantes com as fases descritas regionalmente. Estas rochas são atravessadas por diques (material estéril) graníticos de cor cinza e metamáficos, com espessuras variando entre 15 a 600 cm, que geram aureólas de metamorfismo de contato pouco espessas (< 15 cm). Os diques félsicos mais espessos produzem danos (fraturamento) na encaixante, que podem se estender por alguns metros. Os diques de rocha metamáfica podem estar dobrados e bastante alterados. No topo das bancadas é comum a existência de fraturas sub-horizontais mais persistentes (3-10 m). O fraturamento tende a diminuir com a profundidade. No pit da cava predominam fissuras/defeitos (i.e., estruturas que não comprometem a integridade física dos blocos) e fraturas pouco persistentes (< 1 m) e muito fechadas, e o grau de fraturamento varia entre 1,4 (SE) a 3,6 fraturas/m (NW). Pode-se concluir que a variação cromática e o padrão estético do mármore são controlados pela presença e concentração de impurezas minerais e pelo padrão de dobramentos. Em geral, os corpos intrusivos degradam a qualidade do mármore, pois comprometem a integridade física dos blocos. O aprofundamento da cava reduz o efeito negativo das descontinuidades naturais, mas leva a um aumento no tempo e custo da lavra.

Palavras Chave

Pedreira; Blocos; Itaoca; Descontinuidades Geológicas; Impurezas minerais

Área

TEMA 14 - Agrominerais, Rochagem, Rochas Ornamentais e Gemologia

Autores/Proponentes

Marcos EDUARDO Hartwig, Vinicius Scherrer Pinheiro, Bárbara Reis Fardim, Rogério Belinato Lemos, Jhonatan Couto dos Santos, José Venancio Grou, Larissa Gomes da Silva, Anna Luiza Padua Ribeiro Perin