51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

Interpretação sismoestratigráfica com foco nas unidades do pré-sal do Campo de Búzios, Bacia de Santos.

Texto do resumo

Em decorrência do seu grande potencial econômico, o Campo de Búzios vem sendo um importante alvo exploratório de hidrocarbonetos do pré-sal da Bacia de Santos. Dentro deste contexto, a análise de dados sísmicos é um procedimento substancial em todas etapas de desenvolvimento de um campo petrolífero pois, além de auxiliar na delimitação de áreas de interesse exploratório (e.g., indicação de topo e base de reservatório), estes estudos fornecem informações sobre a estratigrafia da bacia, (i.e., empilhamento e geometria dos estratos sedimentares) tendo impacto decisivo nas etapas de exploração e recuperação do campo petrolífero. Esse trabalho tem como objetivo dar continuidade a este contínuo processo de análise fornecendo novas interpretações que poderão elucidar novas estratégias. A evolução da Bacia de Santos pode ser simplificada em três fases e, portanto, três sequências principais. (i) Fase Rifte, que é caracterizado por um período de extensão crustal que resulta em intenso magmatismo e reativação de estruturas do embasamento (i.e., subsidência mecânica). Esta fase é marcada pela formação de profundos depocentros limitados por falhas normais preenchidos por sedimentos continentais. Na região do Campo de Búzios, estas unidades são marcadas por refletores sísmicos de baixa a média frequência, média amplitude e geometria cuneiforme que reflete o padrão de hemi-grabens. Apesar de não ser muito aparente como um horizonte sísmico, o limite basal dessa sequência (i.e., o contato com o embasamento pré-cambriano) pode ser identificado a partir da transição de um domínio com refletores de baixa frequência e geometria plano-paralela, inclinada e ondulada para uma região com total ausência de padrão geométrico dos refletores, localizada logo abaixo. Já o contato superior da sequência Rifte é marcado por uma discordância angular com a sequência sotoposta. (ii) Fase Pós-rifte, caracterizada pela predominância de subsidência flexural em resposta a processos isostáticos (i.e., ajustes devido a processos térmicos e de distribuição de massa). Essa etapa é marcada pela transição de um período de forte subsidência mecânica para um período de quiescência tectônica marcado pela deposição de carbonatos lacustres e espessos e extensos pacotes de rochas evaporíticas que marcam a transição de ambiente continental para o marinho raso. Na região do campo de Búzios, estas unidades são representadas por refletores sísmicos plano-paralelos levemente inclinados com expressiva continuidade lateral e afetados por falhas normais mais espaçadas e com menor rejeito quando comparadas com a sequência anterior. A parte superior dessa sequência é caracterizada por estruturas dômicas com dimensões quilométricas que refletem a presença de uma espessa camada de rochas evaporíticas deformadas por halocinese. (iii) Fase Drifte, caracterizada pela formação de uma bacia de margem passiva com instalação de ambiente de plataforma continental e marinho profundo. Em teoria, nesta última etapa, impera a subsidência isostática devido à deriva dos continentes que resulta no progressivo distanciamento da bacia em relação ao eixo do rifte. Esta sequência é caracterizada por refletores de mais alta frequência e amplitude, contínuos lateralmente, falhados e levemente ondulados refletindo o padrão de domos de sal incluídos na sequência anterior.

Palavras Chave

Bacia de Santos; Sismoestratigrafia; Pré-sal da Bacia de Santos; Interpretação Sísmica.

Área

TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos

Autores/Proponentes

Paula Mariana Gomes Arantes, Artur Ferreira Portes, Tobias Maia Rabelo Fonte-Boa, Tiago Amâncio Novo