51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

EVOLUÇÃO TECTONO-ESTRUTURAL COM USO DE INTEGRAÇÃO GEOFÍSICO-GEOLÓGICA A PARTIR DE DADOS GAMAESPECTROMÉTRICOS, MAGNETOMÉTRICOS E MAPEAMENTO GEOLÓGICO, NA REGIÃO SUDESTE DA BAHIA.

Texto do resumo

A região sudeste/sul do estado da Bahia está inserida na interface entre a região norte do Orógeno Brasiliano Araçuaí (OBA) e a porção setentrional da Cráton do São Francisco (CSF), composto pelos blocos arqueanos: Gavião Sul (BGs), Jequié (BJ), Itabuna-Salvador-Curaçá Sul (BISCs). O BGs é constituído pelo complexo homônimo paleoarqueano, formado por ortognaisses migmatíticos (TTG), pela sequência metavulcanossedimentar neoarqueana Contendas-Mirante, por granitoides paleo a mesoarqueanos e sequências metassedimentares paleoproterozoicas. O BJ congrega granulitos tonalíticos a graníticos meso a neoarqueanos, por vezes retrometamorfisados e granulitos migmatíticos heterogêneos, com restos de rochas supracrustais e metagranitos, ambos neoarqueanos. No BISCs ocorrem granulitos graníticos neoarqueanos. Este trabalho apresenta os resultados da integração dos dados aerogeofísicos (gamaespectrométricos e magnetométricos) e do mapeamento geológico, os quais permitiram um melhor entendimento do arcabouço tectono-estrutural. Esta compreensão foi possível graças a um melhor delineamento dos domínios tectônicos e da hierarquização das fases de deformação que atuaram na área de estudo. No BGs as deformações mais antigas Dn são dúcteis e estão relacionadas à geração do bandamento gnáissico. Ocorrem dobras isoclinais com flancos rompidos resultantes da deformação Dn+1. Outras deformações dúcteis Dn+1’, de natureza transcorrente progressiva, transpõem este bandamento com geração de redobramento do tipo laço. Outra deformação também dúctil Dn+2, de natureza transcorrente e compressional teria sido gerada no início do evento tectônico paleoproterozoico. Fraturas representantes de uma fase distensional Dn+3, essencialmente rúptil, são frequentemente preenchidas pelos diques da Unidade Alegre. Em regime compressional transcorrente, a deformação dúctil-rúptil dextral a reversa-dextral representa a fase Dn+4, com reativação de megaestruturas pré-existentes. Uma deformação mais recente Dn+5, de natureza rúptil, é representada por fraturas que podem ter sido nucleadas durante o evento Neoproterozoico. E por fim, no Fanerozoico, a fase Dn+6, distensional, marcada por fraturas preenchidas pelos diques NE-SW. No BJ e BISCs a deformação mais antiga está relacionada à geração do bandamento gnáissico Dn. Com o prosseguimento da colisão, ocorreu a formação de dobras recumbentes da fase dúctil Dn+1. Posteriormente e de forma progressiva, ocorreu uma fase dúctil Dn+2, que produziu dobras amplas, com planos axiais verticalizados e orientados, em geral, na direção N-S. Posteriormente, também de caráter progressivo, ocorreu a fase dúctil Dn+3, que originou dobras isoclinais e apertadas, com planos axiais inclinados, de direção NNE. Esta fase é marcada por zonas de transcorrências generalizadas progressivas Dn+3’, que obliteraram a maioria das evidências das fases anteriores. Por fim, deformações dúcteis-rúpteis Dn+4, juntamente com as deformações mais recentes de natureza rúptil Dn+5, aqui representadas por fraturas, podem ter sido nucleadas durante o final do soerguimento paleoproterozoico e/ou até mesmo durante a colisão do neoproterozoico. Este estudo contribuiu para a interpretação da evolução tectono-estrutural no sudeste do CSF na Bahia, região considerada de grande importância metalogenética para a pesquisa mineral.

Palavras Chave

Geotectônica e Geologia Estrutural; Cráton do São Francisco; Orógeno Araçuaí

Área

TEMA 15 - Geofísica

Autores/Proponentes

Eron Pires Macêdo