Dados da Submissão

Título

MODELAGEM ESTRATIGRÁFICA PARA SIMULAÇÃO DE RESERVATÓRIOS

Texto do resumo

O objetivo é discutir a representatividade geológica na construção de modelos de reservatórios a partir da modelagem de processos estratigráficos (Stratigraphical Forward Modeling - SFM). Modelos numéricos estratigráficos são gerados por meio da simulação dos processos geológicos através do tempo, e resultam na quantificação ponto-a-ponto dos volumes de sedimentos depositados ou erodidos nas diferentes posições da bacia. Topologicamente, são constituídos por blocos volumétricos organizados em camadas simuladas em um determinado domínio espacial. Cada camada representa o resultado de um passo da simulação, onde as condições ambientais e de aporte/produção sedimentar vão determinar a constituição e quantidade de sedimentos acumulados. O resultado é um modelo tridimensional dos diferentes constituintes sedimentológicos, acumulados ao longo do tempo de simulação. Embora originalmente tenham sido desenvolvidos para simulações dedicadas a avaliação de sistemas petrolíferos, com modelos em escala de bacia, trabalhos recentes demonstram seu potencial de aplicação para a modelagem de reservatórios, comumente aplicados em simulações de diferentes naturezas, como para o escoamento de fluidos (água, CO2 e petróleo), geomecânica, armazenamento de gás natural e para projetos voltados ao uso de energias renováveis, como o aproveitamento de energia geotérmica e de armazenamento de hidrogênio. Os diferentes simuladores SFM utilizam equações de transporte para reproduzir os processos sedimentares no interior da bacia. Neste contexto, o desafio inicial na simulação de processos estratigráficos, na escala de reservatórios, encontra-se na parametrização das simulações, em função da dificuldade de estabelecer valores adequados para a representação dos diferentes fenômenos que condicionam a sedimentação. Adicionalmente, embora os modelos estratigráficos consigam reproduzir as condições ambientais da zona de deposição, a comparação pontual dos resultados com dados de poços resulta em significativas diferenças, que podem ser minimizadas a partir da adoção de estratégias de calibração, podendo ser realizada de forma manual ou com procedimentos automatizados, amparados pelo uso de funções objetivos para medir a similaridade dos modelos aos dados dos poços. Para a calibração automatizada, o estabelecimento de limites máximo e mínimo de variação dos parâmetros de simulação incertos e que sejam geologicamente coerentes é também, tarefa desafiadora. Apresenta-se uma síntese de experiências e resultados com a modelagem estratigráfica 3D de parte da Formação Morro do Chaves (Cretáceo da bacia de Sergipe-Alagoas), criada pela simulação progressiva da sedimentação, sob a perspectiva dos conceitos da Estratigrafia e Sedimentologia.

Palavras Chave

modelagem estratigráfica; modelagem de reservatórios; parametrização; calibração de modelos; simuladores estratigráficos