51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

POTENCIAL AGROGEOLÓGICO DO ESTADO DE GOIÁS E DISTRITO FEDERAL

Texto do resumo

O volume que o Brasil importa de fertilizantes vem aumentando nos últimos anos, sendo recorde em 2023, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos. Como uma das ações destinadas a diminuir a dependência externa de fertilizantes o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM), no âmbito do Projeto Avaliação do Potencial Agromineral do Brasil-área estado de Goiás e Distrito Federal, vem realizando a prospecção de agrominerais silicáticos destinados a remineralizadores de solos (REM) ou outras formas de fertilizantes silicáticos (FSi). O projeto desenvolve trabalhos nas diversas Unidades de Interesse Agrogeológico (UIA), caracterizando rochas, finos de britagem e polpas de tratamento de minério, através de análises petrográficas, litoquímicas, granulométricas, de Difratometria de Raio-X (DRX), entre outras. Foram selecionadas 17 UIA, várias já com produtos registrados como REM e FSi. Entre as principais destacam-se o Grupo Araxá–Unidade B com biotita xistos e micaxistos que portam teores de K2O 2,08 a 4,06%; CaO 0,96 a 3,64% e MgO 2,62 a 4,74%; seis dos quais já são REM certificados. Nestas rochas os nutrientes estão alocados em minerais reativos em solo, como biotita, plagioclásio e clorita, e o que limita o enquadramento na normatização dos REM é o percentual de quartzo normativo, entre 20 e 52%, embora nos finos de britagem se constate o enriquecimento relativo em micas e, por consequência, nos teores de K. No Grupo Serra Geral ocorrem rochas basálticas a andesito-basálticas, com K2O 0,61 a 2,77%; CaO 6,66 a 9,79% e MgO 3,99 a 5,61%. São fontes de Ca, Mg e Si, e dos micronutrientes Fe, Mn e (Ni) (Co), alocados em minerais suscetíveis ao intemperismo como piroxênios e plagioclásios, e contam com três REM certificados em Goiás. As rochas alcalinas englobam a Suíte Alcalina de Iporá (SAI), os complexos alcalinos de Catalão I e II e a Formação Santo Antônio da Barra (FSAB), reunindo kamafugitos, nefelina sienitos, fonólitos, dunitos, traquitos, peridotitos e carbonatitos entre outras rochas. Nos resíduos de tratamento de minério de Nb e P em Catalão há restrição ao aproveitamento, pelos elevados teores de As. Dentre as demais litologias desta UIA se destacam, pela reatividade, rochas vulcânicas ricas em feldspato alcalino e feldspatoides, como fonólitos, lamprófiros e tefritos da SAI, com K2O 3,22-7,72%; CaO 1,21 a 11,1 e MgO 0,21 a 17,70. São fontes de K (Ca) e (Mg), com os micronutrientes Mn, Fe (Ni) e (Co). Outra rocha, como um nefelina sienito da SAI (FSi) constitui produto certificado, explorado na forma de saprólito. Em polpas de tratamento de minério descartadas por grandes mineradoras de Au e Cu, nas UIA Greenstone Belt de Crixás e Complexo Mara Rosa foram caracterizados potenciais REM ou FSi fontes de K, ou de Ca e Mg, com micronutrientes como Fe, Mn, (Ni) e (Cu), cujo aproveitamento é de alta relevância, pelo fato de serem materiais já cominuídos, com riscos associados à disposição em barragens. Outras UIA são o Grupo Canastra, com calcixistos, mica xistos, e metapelitos, tendo dois produtos certificados em Goiás; Sequência Metavulcanossedimentar Santa Terezinha de Goiás, com subprodutos da mineração e beneficiamento de gemas de esmeralda (biotittitos e biotia xistos); grupos Serra da Mesa (biotita xistos), Paranoá (ardósias potássicas) e Bambuí (siltitos glauconíticos), além da Formação Irati (folhelhos e calcários), fonte de Ca, Mg e S.

Palavras Chave

Agromineral; REMINERALIZADOR; Goiás; Distrito Federal

Área

TEMA 14 - Agrominerais, Rochagem, Rochas Ornamentais e Gemologia

Autores/Proponentes

LILIANE LAVOURA BUENO SACHS, MAGDA BERGMANN, ANDREA SANDER