51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

GERAÇÃO COEVA DE MAGMAS TTG E SANUKITOIDE NA EVOLUÇÃO RIACIANA DO COMPLEXO JUIZ DE FORA, MARGEM SUDESTE DO PALEOCONTINENTE SÃO FRANCISCO (SE BRASIL)

Texto do resumo

Associações TTG-sanukitoide são típicas do Arqueano, onde são descritos ciclos de magmatismo TTG seguido de magmatismo sanukitoide. No Paleoproterozoico, estas associações são descritas principalmente na Orogenia Minas-Bahia (conjunto de cinturões orogênicos desenvolvidos na colagem do Paleocontinente São Francisco, leste do Brasil) e nos orógenos do Cráton Norte da China, o que tem sido interpretado como evidência de diacronismo global nas mudanças de uma tectônica Arqueana para um regime similar à moderna tectônica de placas. Neste contexto, este trabalho apresenta novos dados de litogeoquímica, isótopos de Sm-Nd e Sr e geocronologia U-Pb em zircão (LA-ICP-MS) para ortogranulitos do Complexo Juiz de Fora – um dos componentes da Orogenia Minas-Bahia, reconstrói sua evolução tectônica e discute a geração coeva de TTGs e sanukitoides no Riaciano. Ortogranulitos granodioríticos a tonalíticos e assinatura geoquímica TTG apresentam idades de 2206 ± 18 e 2144 ± 16 Ma, assinatura juvenil com εNdi positivo (2,5-5,6) e baixo conteúdo de Sr radiogênico. Ortogranulitos quartzo-dioríticos a granodioríticos e assinatura geoquímica sanukitoide apresentam idades entre 2207 ± 18 e 2183 ± 18 Ma, assinatura condrítica com εNdi próximo ao CHUR (-2,7 a +0,2), idades TDM entre 2,34 e 2,52 Ga, e também baixo conteúdo de Sr radiogênico. São ainda observados ortogranulitos máficos gabro-dioríticos e assinatura geoquímica OIB datados em 2162 ± 26 Ma, com εNdi negativo (-4,9), idade TDM de 2,69 Ga e maior conteúdo de Sr radiogênico, bem como ortogranulitos gabro-dioríticos com assinatura geoquímica E-MORB, sem zircão para datação. Concluindo, a integração dos dados obtidos com dados compilados da literatura permite a reconstrução de um arco magmático intra-oceânico a continental na evolução Riaciana do Complexo Juiz de Fora (2,22-2,06 Ga), marcado pela geração contínua e coeva de magmatismo TTG-sanukitoide, possível em cenário de subducção com magmatismo TTG na fusão da crosta basaltica em subducção numa região mais próxima a trincheira, e magmatismo sanukitoide na fusão parcial do manto enriquecido acima da zona de subducção. A geração de magmas OIB e E-MORB entre 2,16 e 2,14 Ga, por sua vez, seria um reflexo da migração do arco e consequente ressurgência da astenosfera, separando um estágio mais juvenil do arco (2,22-2,15 Ga) de um estágio mais maduro (2,15- 2,06 Ga). Assim, já no Riaciano, os processos acrescionários desenvolvidos na formação do Paleocontinente São Francisco registraram arcos magmáticos semelhantes aos da moderna tectônica de placas.

Palavras Chave

Granulitos; Paleoproterozoico; Orogenia Minas-Bahia; Geocronologia U-Pb em zircão; Isótopos de Sm-Nd e Sr.

Área

TEMA 18 - Geocronologia e Geoquímica Isotópica

Autores/Proponentes

Sandro Mauri, Monica Heilbron, Henrique Bruno, Samuel Bersan, Rasec Almeida, Rodson Abreu Marques, Syro Gusthavo Lacerda, Ariadne Marra Souza, Gabriel Paravidini, Carla Neto, Cláudio Morisson Valeriano, Craig Storey