51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PETROGRAFIA DOS ORTOGNAISSES E METAGRANITOIDES DO ARCO MAGMÁTICO RIO DOCE (SISTEMA OROGÊNICO ARAÇUAÍ-RIBEIRA) NA REGIÃO DE MUNIZ FREIRE, SUL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Texto do resumo

O magmatismo pré-colisional do Orógeno Araçuaí é registrado em ortognaisses e metagranitoides do tipo-I, gerados num cenário de arco magmático continental entre 630 e 585 Ma. Estas rochas ocorrem desde o nordeste de Minas Gerais e noroeste do Espírito Santo, até o sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde, já no domínio do Orógeno Ribeira, são denominadas Arco Serra da Bolívia, sendo que esta continuidade tem sido fundamental na integração dos orógenos Araçuaí e Ribeira sob a designação Sistema Orogênico Araçuaí-Ribeira. Neste contexto, este trabalho traz as principais características de campo e petrografia de ortognaisses e metagranitoides do Arco Rio Doce em exposições ao longo da rodovia ES-165, entre Muniz Freire e Alto Chapéu (sul do Espírito Santo), com o objetivo de contribuir na caracterização e entendimento destas rochas. São observados ortognaisses de coloração clara e baixo índice de cor (8-16% de minerais máficos), comumente com texturas ígneas preservadas, como pórfiros tabulares de K-feldspato de até 2,5 cm de comprimento imersos em matriz de granulação média à grossa. Em porções mais deformadas, a foliação é marcada pelo estiramento de K-feldspato e quartzo, bem como pela orientação de biotita, conferindo à rocha a textura augen. A composição é granodiorítica à monzogranítica, com K-feldspato, quartzo, plagioclásio e biotita como minerais principais, e titanita, hornblenda, epidoto, minerais opacos, zircão e apatita como acessórios. Clinozoisita, carbonato e sericita ocorrem como minerais secundários, na alteração de plagioclásio. K-feldspato é tabular e pertítico, com macla Carlsbad simples, e quase sempre com algum grau de triclinização. Plagioclásio é tabular à anédrico, por vezes com macla polissintética. Mirmequitas são comuns. Quartzo é sempre anédrico, por vezes estirado. Biotita ocorre como grãos subédricos e orientados. Titanita e minerais opacos ocorrem como grãos subédricos a anédricos, tanto na matriz da rocha como associados à biotita. Hornblenda ocorre como grãos prismáticos a anédricos, orientados de forma concordante à biotita. Epidoto ocorre como grãos prismáticos à anédricos. Zircão e apatita ocorrem sempre como pequenos grãos, sempre euédricos (prismáticos). Enclaves dioríticos são comuns, tem granulação fina à média e formas alongadas (schilierens). Estes ortognaisses e metagranitoides são comumente cortados por diques aplíticos e/ou pegmatíticos, e por corpos ígneos maiores (correlatos à Supersuíte G5), com granitos e monzogranitos porfiríticos com lineação de fluxo, além de dioritos e monzodioritos equigranulares, e feições de mistura mecânica de magmas. Por conclusões, tem-se que os ortognaisses e metagranitoides estudados, com hornblenda e titanita como minerais acessórios e enclaves máficos (dioríticos) apresentam as típicas características de granitoides tipo-I de ambientes de arco magmático esperados para rochas do Arco Magmático Rio Doce-Serra da Bolívia, com prováveis condições de metamorfismo em fácies anfibolito médio.

Palavras Chave

Metagranitoides; hornblenda; Granitoides tipo-I.

Área

TEMA 20 - Mineralogia e Petrologia Metamórfica

Autores/Proponentes

Erllon Brenno Pereira Brandes, Ariadne Marra Souza, Caroline Cibele Vieira Soares, Sandro Mauri, Monica Heilbron