51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

PARAMETRIZAÇÃO DE FRATURAS EM ANÁLOGOS DE RESERVATÓRIOS CARBONÁTICOS NATURALMENTE FRATURADOS. EXEMPLO DA FORMAÇÃO JANDAÍRA, BACIA POTIGUAR

Texto do resumo

No Brasil, os reservatórios carbonáticos representam atualmente a principal frente exploratória, principalmente em reservatórios do Pré-sal, que hoje estão entre os mais importantes em todo o mundo (Silva, 2019). O estudo de afloramentos como análogos de reservatórios reais vem sendo cada vez mais aplicado, aumentando assim a assertividade das operações em reservatórios. Neste cenário, a Formação Jandaíra, Bacia Potiguar, é uma excelente fonte de informações para a aplicação como reservatório análogo do Pré-sal. A Formação Jandaíra foi afetada por atividades tectônicas compressivas referentes à fase pós-rifte da bacia Potiguar, as quais resultaram em um complexo sistema de falhas com trend regional predominantemente NW-SE (Bezerra et al., 2020) e sistemas de fraturas NW-SE e NE-SW (Bagni et al., 2020). Por se tratarem de estruturas subsísmicas, o estudo de fraturas em afloramentos são de fundamental importância para a interpretação de propriedades de reservatórios carbonáticos naturalmente fraturados, fornecendo informações que contribuem para uma melhor interpretação de dados geológicos de reservatórios. Para isso, faz-se necessário a caracterização de estruturas em afloramentos de grandes dimensões, de modo a se obter dados com ampla distribuição geográfica, que posteriormente podem ser aplicados em reservatórios reais por analogia. A presente pesquisa possui como objetivo caracterizar o padrão de fraturamento de rochas carbonáticas da Formação Jandaíra e entender o padrão de conectividade das fraturas em termos de qualidade de reservatório. Assim, foi realizado o mapeamento de fraturas com o auxílio de imagens aéreas de alta resolução adquiridas através de VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado). O mapeamento das fraturas foi realizado no software aberto QuatumGis®. No mesmo software, foi calculado o comprimento e orientação das fraturas, além de aplicar a análise topológica (Sanderson e Nixon 2018) utilizando a metodologia NetworkGT (Nyberg et al., 2018) para estimar a conectividade da rede de fraturamento, utilizando o parâmetro conexão por ramo (CB) como o índice de conectividade, cuja a média de valores CB foi entre 1,7787 e 1,8667. Ao todo, foram mapeadas 16.445 fraturas, das quais apenas as maiores de 1m passaram por análise topológica em 4 áreas quadradas de 50 por 50 metros. A interpretação da rede de fraturas adquiridas traz informações de um padrão de fraturamento com boa conectividade entre as fraturas de comprimentos variando 1 a 365 metros. As maiores fraturas, interpretadas como veios, apresentam orientação N-S e são altamente conectadas por pares conjugados de orientação NE-SW e NW-SE, além de estilólitos NE-SW e E-W. o que indica intensa conectividade ao longo de todo o afloramento. Dessa forma, é notável a importância de estudar afloramentos ánalogos para identificação de estruturas geradoras de porosidade e permeabilidade, uma vez que se tratam de estruturas subsísmicas. Logo, essas fraturas bem concectadas facilitam a percolação do fluido e demostram um reservatório de alta qualidade.

Palavras Chave

Conectividade; Fraturas; Topologia

Área

TEMA 08 - Sistemas petrolíferos, exploração e produção de hidrocarbonetos

Autores/Proponentes

Gabriel Ferreira Araújo, Matheus Amador Nicchio, Francisco Hilário Rego Bezerra