51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

FOSFATIZAÇÃO NO ARQUIPÉLAGO DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, ATLÂNTICO NORTE BRASILEIRO

Texto do resumo

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) destaca-se por suas características únicas, em comparação com outros arquipélagos oceânicos, devido a sua diversidade em atributos litológicos, microestruturais e microquímicos. Neste ambiente, espécies de aves marinhas utilizam os substratos como locais de nidificação e deposição de excrementos, conhecidos como guano, resultando em uma ampla fosfatização na superfície. Este estudo visa investigar a composição mineralógica e microquímica dos materiais fosfatizados no ASPSP, analisando sua relação com os diferentes substratos geológicos. Após um reconhecimento preliminar da área de estudo, 14 pontos com maior interação entre o guano depositado pelas aves e o substrato rochoso foram selecionados e amostrados. Análises macroscópica, mineralógica por DRX, microscópica e microquímica por MEV/EDS e microssonda eletrônica foram efetuadas em amostras de peridotito milonitizado e serpentinizado e em amostras de rochas sedimentares carbonáticas. Os peridotitos milonitizados apresentam-se recobertos por uma espessa crosta fosfática, são pouco fraturados, sendo compostos por forsterita, augita, Cr-espinélio, óxido de ferro, fluorapatita e collinsita. Espeleotemas de fosfatos secundários são formados em fraturas e nas paredes, como resultado da percolação de guano. Já os peridotitos serpentinizados são intensamente fraturados e apresentam serpentina em associação com spheniscidita. As rochas sedimentares carbonáticas apresentam gipso e apatita como componentes mineralógicos principais juntamente com minerais ultramáficos. O controle microestrutural apresenta-se como um fator-chave do processo de fosfatização, e está correlacionado com o grau de fraturamento das rochas. Fraturas mais amplas e interconectadas facilitam o fluxo gravitacional de cátions e soluções ricas em fósforo, resultando na fosfatização. Além disso, o controle microquímico, influenciado pelo grau de serpentinização, leva à formação de fosfatos de ferro com presença de potássio e alumínio estruturais. A fosfatização de rochas sedimentares está associada a fraturas e cavidades pré-existentes, além da composição carbonática da rocha, que exerce influência nos tipos de minerais secundários precipitados. Este estudo contribui para a ampliação da compreensão da ornitogênese no ASPSP, com um foco específico no processo de fosfatização das ilhas oceânicas. O entendimento desse processo pode auxiliar na investigação da formação dos depósitos de fosfato em ambientes semelhantes.

Palavras Chave

Peridotito; Guano; Ornitogênese; fosfato

Área

TEMA 20 - Mineralogia e Petrologia Metamórfica

Autores/Proponentes

Eduardo Baudson Duarte, Angélica Fortes Drummond Chicarino Varajao, Fábio Soares Oliveira, Christophe Renac, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer, Guilherme Resende Corrêa