Dados da Submissão

Título

MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA ESCALA 1:10.000 NA REGIÃO DA VILA ALEXANDRE MASCARENHAS, GOUVEIA (MG)

Texto do resumo

O mapeamento geológico em escala 1:10.000 na região da Vila Alexandre Mascarenhas (MG), integrado a dados de levantamentos aerogeofísicos e de sensoriamento remoto, permitiu a identificação de rochas sedimentares, metassedimentares e carbonáticas, descritas em distintas unidades geológicas. A região mapeada abrange uma área de 28 km², situada no limite entre o Orógeno Araçuaí e o Cráton São Francisco, e apresenta rochas dos grupos Macaúbas e Bambuí. Os procedimentos metodológicos deste trabalho concretizaram-se em três etapas principais: pré-campo, campo e pós-campo, respectivamente. A etapa de pré-campo consistiu, primeiramente, na revisão bibliográfica de estudos anteriormente realizados na área e no processamento e interpretação de dados aerogeofísicos e de imagens de satélite. Na segunda etapa foram realizadas campanhas de campo com duração total de vinte dias. Neste contexto, foi efetuado o levantamento e descrição das rochas e das medidas estruturais presentes, bem como a coleta de amostras. A terceira etapa representou a compilação de todos os dados, a análise microscópica das lâminas e seções polidas das amostras, através da microscopia óptica e da microscopia eletrônica de varredura (MEV). Por fim, foi produzido o mapa geológico e o relatório final, principais produtos desse estudo. No mapa geológico, as unidades foram discriminadas a partir da estratigrafia original, da base para o topo, como Unidade A, interpretada como pertencente à sucessão glacial da Formação Serra do Catuni - Grupo Macaúbas, e as unidades B e C correspondentes às respectivas formações Sete Lagoas e Serra de Santa Helena - Grupo Bambuí. A Unidade A é composta por quartzitos e metadiamictitos de matriz areno-argilosa e siltíco-argilosa com clastos de quartzo, quartzito, granito, carbonatos e óxidos, essencialmente. Essa unidade reúne, em contato, dois membros distintos: o Membro R, compondo restos erosivos de mármore da Formação Sete Lagoas do Grupo Bambuí, que preservam-se dentro do Grupo Macaúbas, e o Membro M, caracterizado por brechas hidrotermais ricas em óxidos de manganês com bário, resultantes de uma alteração hidrotermal das rochas da Unidade A. A Unidade B compreende uma porção muito deformada compreendida por mármores dolomíticos com lentes micáceas de ordem milimétrica a centimétrica. Nesta unidade foram observados diversos tipos de dobramentos, como dobras recumbentes e parasíticas, com predomínio de dobras assimétricas de micro a meso escala, além da ocorrência de sulfetos (pirita). A Unidade C reúne metapelitos, siltitos e ardósia, esta última frequentemente caracterizada pela ocorrência de lentes carbonáticas. As rochas dessa unidade apresentam granulometria fina de fração silte e argila, e uma grande quantidade de sulfetos. O limite cratônico é caracterizado na área por uma inversão estratigráfica, na qual falhas de empurrão colocam litologias do Grupo Macaúbas sobre o Grupo Bambuí. Dentro do cráton, outras falhas inversas colocam a Formação Sete Lagoas sobre a Formação Serra de Santa Helena. A partir do trabalho de mapeamento realizado foi possível refinar o entendimento geológico desta área, que antes só contava com dados de mapeamentos regionais e carecia de estudos de maior detalhe. Sendo assim, o mapeamento de maior detalhe fez-se imprescindível para o desenvolvimento cartográfico de uma região geologicamente interessante, situada em um contexto estrutural complexo e que abriga riquezas minerais de valor econômico.

Palavras Chave

mapeamento geológico; Geologia Estrutural; Estratigrafia; GRUPO MACAÚBAS; Grupo Bambuí.