51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MUDANÇAS LOCAIS DO CAMPO DE TENSÕES DURANTE O MAGMATISMO ALBIANO NA BACIA DE PERNAMBUCO

Texto do resumo

As intrusões vulcânicas desempenham um papel crucial na evolução geológica de bacias sedimentares. Neste contexto, o arcabouço estrutural influencia a distribuição dos centros vulcânicos, que condicionam a presença de depósitos minerais, que servem como rotas de migração de fluidos hidrotermais e apresentam um impacto significativo no sistema petrolífero. A influência das intrusões vulcânicas na modificação do campo de tensões local é um tópico amplamente discutido, especialmente no que se refere ao processo de indução da propagação de falhas nas rochas hospedeiras. A presente pesquisa apresenta evidências da inversão local do campo de paleotensões nas regiões afetadas pelas intrusões da suíte magmática Ipojuca localizadas na porção onshore da Bacia Pernambuco. O estudo foi conduzido com base na integração de dados geofísicos de aeromognetometria, gravimetria terrestre, linhas sísmicas 2D e análise de indicadores de paleotensões (diedros retos). O arcabouço da bacia apresenta falhas normais NE-SW e NNE-SSW, enquanto as falhas de transferência exibem um trend NW-SE e WNW-ESE. A região central da bacia é marcada pela presença de anomalias magnéticas e gravimétricas positivas. A interpretação sísmica mostrou que essas anomalias geofísicas estão associadas a intrusões vulcânicas, e que são representadas por soleiras e intrusões oblíquas ao acamamento das rochas encaixantes. A análise de paleotensões em estruturas formadas em estratos da fase rifte da bacia mostrou que uma distensão oblíqua regional NW-SE foi responsável pela formação do sistema de falhas normais e de transferência. Os planos de falha relacionados às intrusões vulcânicas exibem cinemática inversa, com mergulho moderado a baixo ângulo e direção que não segue um padrão preferencial. Essas estruturas foram classificadas como falhas reversas e de empurrão e estão associadas às dobras suaves que se desenvolveram na Formação Suape (pós-rifte). A análise também mostrou um arranjo horizontalizado radial em relação as orientações dos esforços de compressão máxima e uma disposição verticalizada para os esforços de compressão mínima. Em profundidades rasas, de mais baixa pressão litostática, as tensões produzidas pela propagação dos diques e soleiras vulcânicas desencadearam a reativação de planos de falha rifte preexistentes, além de que proporcionaram a formação de novas estruturas compressivas imediatamente sobre as soleiras vulcânicas, o que permitiu compensar a dilatação do acamamento da rocha encaixante durante o processo intrusivo. As deformações localizadas no entorno das intrusões vulcânicas apresentam um impacto importante no sistema petrolífero, o que precisa ser levado em consideração no caso da Bacia Pernambuco. Essas intrusões atuaram como fontes de calor, enquanto as estruturas formadas durante o seu alojamento, podem ter atuado como trapas estruturais para o armazenamento de hidrocarbonetos. Os exemplos aqui apresentados servem como exemplo de comportamento do campo de tensões para outras bacias sedimentares.

Palavras Chave

Intrusões vulcânicas; campo de paleotensões; sistema petrolífero.

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Osvaldo José Correia Filho, José Antonio Barbosa, Francisco Hilario Rego Bezerra, Francisco Cézar Nogueira, Tiago Siqueira Miranda, Carla Joana Santos Barreto, Daniel Oliveira Barbosa, Germano Mario Ramos, Acauã Izídio Silva, Aline Macrina Silva, Jefferson Tavares Cruz Oliveira