Dados da Submissão
Título
ANÁLISE DINÂMICA (2014-2022) EM CENAS DOS SENSORES OLI E MSI DA ÁREA LIMÍTROFE ENTRE A CIDADE DE DIAMANTINA-MG E O PARQUE ESTADUAL DO BIRIBIRI
Texto do resumo
O Parque Estadual do Biribiri (PEBI), localizado no município de Diamantina (MG), é um importante manancial da bio e da geodiversidade na porção central da Serra do Espinhaço Meridional (SdEM). O extremo sul do PEBI faz limite com a área urbana (bairros Cidade Nova, Jardim Imperial e Residencial Reserva Imperial) da cidade de Diamantina. Esta região é um importante “vetor” de expansão urbana no município. O objetivo é analisar a alteração ambiental da região sul do parque ao longo da série histórica utilizando dados e métodos do sensoriamento remoto. Todos os procedimentos da pesquisa ocorreram na plataforma QGIS com auxílio do algoritmo SCP (Semi-Automatic Classification Plugin). Inicialmente foram selecionadas as imagens do sensor OLI (satélite Landsat) do período de 2014 a 2022 e do sensor MSI (Sentinel 2B) registradas no período de 2017 a 2022. Na etapa de pré-processamento foi utilizada a técnica Dark Object Subtract para correções das cenas. No processamento inicial foram geradas oito composições coloridas: OLI (4R3G2B, 5R4G3B, 6R5G4B e 7R6G4B) e MSI (4R3G2B, 4R8G3B, 8R4G3B e 12R11G8AB). No segundo processamento foram gerados quatro tipos de índices espectrais: NDVI (destaca a vegetação), NDBI (representa áreas urbanizadas), NDWI (evidência os corpos d’água) e MNDWI (relaciona as áreas edificadas com as superfícies rochosas). Na sequência foi realizada a classificação supervisionada através do método spectral angle mapping. Na classificação supervisionada em todas as cenas utilizou-se o SCP com o estabelecimento de 5 classes: área urbanizada, rocha, vegetação arbórea, vegetação arbustiva e solo exposto. Os produtos raster geram várias unidades por classe, por isso utilizou-se o algoritmo “r.reclass” para a reclassificação e, em seguida, para o cálculo de área aplicou-se a “r.report” no produto reclassificado, ambos do GRASS. As composições coloridas nos dados OLI e MSI indicaram a presença de focos de queimadas na série histórica em regiões que abrangem desde a entrada do parque até a Vila do Biribiri, além das adjacências da entrada do Caminho dos Escravos e o Campus JK. Os resultados do índice espectral NDVI do sensor OLI apresentaram os mínimo e máximo: 0,199 (2014) e 0,801 (2017). Para o sensor MSI, nos anos 2017 e 2021 ocorrem os piores índices (-0,0973 e -0,0848, respectivamente) na porção de floresta próxima à Vila do Biribiri, no norte da área (2017), que podem estar associados à seca ou desmatamento e a área adjacente ao campus JK (2021). Para o NDWI e o MNDWI, nos sensores OLI e MSI foram obtidos valores inferiores a zero, ou seja, não se constatou presença de água. No NDBI, as áreas construídas destacaram-se com valores no OLI que variaram de 0,0196 (2019 e 2020) a 0,323 (2014). No MSI, os valores variaram de 0,0529 (2018) a 0,45 (2020). Os resultados obtidos para expansão urbana foram semelhantes para ambos os sensores: 5,9 km² (OLI) e 5,4 km² (MSI). A área de vegetação detectada pelos sensores OLI e MSI foram respectivamente de 92,25 km² (2022) e 73,9 km² (2021). A vegetação foi preservada no norte da área. O sensor MSI apresentou melhores resultados no destaque das feições urbanizadas devido à maior resolução espacial das imagens. Foi constatado que a expansão urbana ocorre principalmente nos sentidos norte e oeste, sendo que o primeiro vetor de urbanização atinge o parque. Isso evidencia a falta de planejamento urbano diante do crescimento populacional, o que acarreta impactos ambientais negativos.
Palavras Chave
Geotecnologias; Parque Estadual do Biribiri; Landsat; Sentinel; Diamantina.
Área
TEMA 16 - Geoquantificação e Geotecnologias
Autores/Proponentes
Hugo Marques Ascendino Teixeira, Ana Clara Mendes Caixeta, Juliano Alves de Senna