Dados da Submissão

Título

RESIDÊNCIA DE INICIAÇÃO PROFISSIONAL EM CIÊNCIAS DA TERRA NO SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL (SGB-CPRM): UMA EXPERIÊNCIA EM MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA AMAZÔNIA

Texto do resumo

O Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) atua há mais de cinco décadas em várias áreas de pesquisa e na produção de dados e informações diversificadas, tendo como base o mapeamento geológico. Dentre os produtos oriundos dos mapas geológicos se incluem outras produções cartográficas, como os mapas de recursos minerais, geodiversidade, hidrogeológicos e os escolares de rocha. Em agosto de 2023, em uma parceria com o SGB-CPRM, a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) lançou o edital do Programa de Residência em Ciências da Terra a nível de pós-graduação lato senso. A duração do programa de residência é de dois anos, prorrogável por mais um ano, e os aprovados recebem uma bolsa de custeio no valor de uma bolsa de mestrado FAPESP modalidade II. Assim, com o objetivo de propiciar uma formação complementar para profissionais recém-graduados em Geologia, o Programa de Residência em Ciências da Terra disponibilizou três vagas para o tema de mapeamento geológico na Região Amazônica. Duas vagas foram atribuídas a um projeto no leste de Roraima, fronteira com a Guiana, e uma vaga para um projeto no sudeste do Amazonas. Os residentes seguem um plano de trabalho com objetivo de produção de mapa geológico (escala 1:100.000) e respectivo relatório. O plano de trabalho determinado para a residência envolve basicamente três fases: pré-campo, campo e pós-campo. Inicialmente, foi dedicado um período de ambientação no SGB-CPRM, apresentação das áreas de trabalho, metodologia cartográfica, estudo de referências bibliográficas, análise do acervo de dados e amostras, e sensoriamento remoto. Ao final dessa etapa, foi elaborado o mapa de serviço, que é uma produção cartográfica com base nos dados consistidos. Os residentes também puderam participar da organização de logística dos campos (terrestre e fluvial) que, ao final da residência, devem somar cerca de 80 dias de atividades de campo. Para aquisição dos dados de campo, é aplicada a metodologia do SGB-CPRM para descrição de afloramentos, aquisição de dados estruturais e amostragem para análises da fase pós-campo (petrografia, litoquímica e geologia isotópica). De posse dos dados e amostras da área de estudo, os residentes participam do processo de planejamento analítico até a confecção do mapa geológico e relatório finais. Durante esse período de dois anos, os residentes são alunos de pós-graduação da UFRRJ e são acompanhados e orientados por um preceptor no SGB-CPRM, tendo também contato direto com profissionais de diversas áreas da geociências (e.g., geoquímicos, geofísicos e especialistas em geodinâmica). Além do aprendizado em termos científicos, os residentes em mapeamento geológico têm a oportunidade de vivenciar como se dá a execução de um projeto em ambiente empresarial. No primeiro ano do plano de trabalho, os residentes já apresentam bom domínio das técnicas aplicadas e conceitos geológicos, além de uma boa inserção no ambiente da empresa. Uma vez que o mapeamento geológico é uma atividade basilar em várias áreas de atuação do mercado de trabalho do profissional da Geologia (e.g., ind´sstria mineral, hidrogeologia e geologia ambiental) e de projetos acadêmicos, a residência em projetos de mapeamento do SGB-CPRM pode fornecer uma formação robusta para os recém-graduados. Também é uma oportunidade para alunos graduados em universidades localizadas fora da Região Amazônica e que não tiveram oportunidade de realizar as disciplinas de mapeamento geológico nesse ambiente.

Palavras Chave

Residência em Ciências da Terra; mapeamento geológico na Amazônia; pós-graduação lato senso.