Dados da Submissão

Título

O IMPACTO DE FRATURAS DISSOLVIDAS EM ROCHAS CARBONÁTICAS ANÁLOGAS A RESERVATÓRIO DO PRÉ-SAL NO PARQUE NACIONAL DA FURNA FEIA (RIO GRANDE DO NORTE - BRASIL)

Texto do resumo

Ao longo das rochas carbonáticas da Formação Jandaíra (Bacia Potiguar) são encontrados sistemas cársticos que funcionam como laboratórios naturais para o estudo de rochas consideradas como análogas deformacionais (e de desenvolvimento cárstico) aos reservatórios do Pré-sal. Nesse contexto, encontra-se o Parque Nacional da Furna Feia, em Baraúnas/RN, que oferece a oportunidade de investigar e caracterizar o impacto das feições deformacionais no desenvolvimento de seu sistema cárstico. Neste estudo, foram empregadas técnicas qualitativas e quantitativas de análises estruturais, como também análises fotogramétricas a partir do imageamento com drone. Tais métodos focaram em feições deformacionais, cujos modelos podem ser aplicados a reservatórios petrolíferos ou aquíferos. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é estabelecer uma correlação entre as fraturas presentes nos lajedos próximos à caverna e as fraturas no interior da gruta. No total, foram mapeadas 637 fraturas, sendo 170 delas pelo método de scanline no interior da gruta e 467 pelo método de linedrawing em imagens de drone de dois lajedos próximos à Caverna Furna Feia. Quanto às scanlines, estereogramas foram criados para representar as atitudes das fraturas. Foram identificados quatro principais conjuntos de fraturas com as seguintes direções: NW/SE, ENE/WSW, NE/SW e NNW/SSE. A partir dessas fraturas, também foram desenvolvidos gráficos de abertura e espaçamaneto das fraturas, além de cálculos para obter os valores de P10 (frequência linear de fraturas) e FSR (razão de espaçamento de fraturas). Os valores do P10, um parâmetro crucial para a análise da intensidade linear do fraturamento no interior da gruta, variaram de 0,0509 a 1,0334. Foi observado que as scanlines com fraturas orientadas a NE/SW (Sc.L. 4,5 e 6) apresentaram valores de P10 próximos a 0,1, enquanto aquelas com fraturas orientadas a NW/SE (Sc.L. 1,2 e 3) tiveram valores próximos a 0,05. Em contraste, a scanline 1 destacou-se com o maior valor de P10, igual a 1,0334. Já o FSR, que mede a quantidade de fraturas em relação à espessura da unidade mecânica estudada, apresentou valores entre 1,3889 e 3,1250. Como próximos passos, serão realizadas scanareas dos lajedos estudados utilizando a técnica de linedrawing, visando obter os valores de P20 (frequência em área - número de fraturas/área de exposição) e P21 (intensidade de fraturas - comprimento das traços de fraturas/área de exposição). Os resultados preliminares evidenciam uma maior intensidade de fraturamento relacionada ao set de fraturas com orientação NW/SE, coincidindo assim com a principal direção de desenvolvimento da caverna. Dessa forma, espera-se identificar a conexão e o impacto das estruturas tectônicas no desenvolvimento do sistema cárstico da Furna Feia, além de obter uma compreensão mais aprofundada dos processos geológicos envolvidos na deformação frágil e na carstificação de rochas carbonáticas, consideradas análogas aos reservatórios do Pré-sal.

Palavras Chave

furna-feia; sistema cárstico; afloramento análogos a reservatório; pre-sal