Dados da Submissão

Título

OCORRÊNCIA DE GRAFITA FLAKE TIPO VEIO NO CENTRO-NORTE BAIANO.

Texto do resumo

INTRODUÇÃO
A grafita é um mineral crítico usado na fabricação de grafeno e em baterias de veículos elétricos, impulsionando a transição energética rumo a um mundo mais verde. A Bahia se destaca nesse cenário devido à sua posição dominante na produção de grafita no Brasil. As principais minas produtoras estão localizadas no limite sul do estado. No entanto, novas ocorrências vêm sendo investigadas na região centro-norte da Bahia, com a principal característica de grafita flake do tipo veio. Esse tipo de mineralização é raro no mundo.
As ocorrências de grafita flake estão inseridas no contexto geológico do Cinturão Itabuna-Salvador-Curaçá parte norte, incluídos no segmento crustal do Cráton do São Francisco. São formados essencialmente por granulitos ortognáissico e máficos, além de metassupracrustais de alto grau.
As rochas estão intensamente deformadas e dispostas segundo a direção noroeste, o que imprimiu uma foliação gnáissica marcante e um bandeamento gnáissico característico. Extensas zonas de cisalhamento ocorrem paralelas à foliação regional, e nelas, um intenso processo hidrotermal contribuiu significantemente para formação dos depósitos de grafita.
OBJETIVO
Os depósitos de grafita flake tipo veio são raros e encontram-se principalmente no Sri Lanka (sudeste da Índia), considerado o maior produtor mundial de grafita “lump” ou veio. A divulgação dessas ocorrências no Brasil objetiva destacar a presença desse tipo mineral raro e abrir novas frentes de pesquisas para aproveitamento econômico, dada a crescente demanda por minerais estratégicos.
METODOLOGIA
Foram realizados trabalhos de pesquisa mineral e mapeamento geológico, incluindo escavação de trincheiras e sondagem rotativa diamantada com objetivo de mapear, coletar amostras e caracterizar os veios de grafita ao longo dos ‘trends’ mineralizados. Levantamentos geofísicos aéreo e terrestre foram utilizados no mapeamento dos corpos de grafita.
RESULTADOS
Os corpos mineralizados em grafita estão relacionados à uma intensa alteração hidrotermal em zonas de cisalhamento. Esses veios estão concordantes com a direção regional e podem alcançar até 3 km de extensão e 20 metros de largura. Os furos de sondagem confirmaram o prolongamento dos veios em profundidade.
O minério de grafita é constituído por palhetas lamelares (flakes) orientadas, bem desenvolvidas, que alcançam 4,5 mm em associações com hematita e óxidos de Fe/Ti subordinados. Os teores de carbono grafítico (Cg%) chegam a 37,9% em amostras de sondagem.
O evento hidrotermal promoveu alterações e neoformação mineralógicas representadas por sulfetação (pirrotita, pirita, calcopirita e bornita), potássica (biotita e flogopita) e silicificação.
CONCLUSÃO
A grafita é considerada um mineral estratégico e vem se despontando nos últimos anos como uma das principais substância para uso na fabricação grafeno e de baterias para carros elétricos. Os mercados em expansão estão voltados a novas aplicações como uso da grafita em anodos para bateria de íon-lítio. A grafita natural oferece maior densidade de energia (em relação ao alcance) nas baterias. Além disso, o apelo ambiental e governos de todo o mundo estão promovendo uso veículos elétricos, na chamada revolução da energia limpa, onde a questão ambiental é uma responsabilidade de todo planeta.
As ocorrências de grafita flake tipo veio, raro no mundo, no centro-norte baiano contribui como novas oportunidades para serem exploradas em atendimento as crescentes demandas.

Palavras Chave

Grafita; Flake; Bateria