51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

CARACTERÍSTICAS HIPSOMÉTRICAS E DE ENTALHE DAS DRENAGENS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO DAS FURNAS (INDIANÓPOLIS-MG): RELAÇÃO COM A DISTRIBUIÇÃO DOS SOLOS.

Texto do resumo

A bacia hidrográfica do Ribeirão das Furnas localiza-se no município de Indianópolis (Triângulo Mineiro) e desempenha um papel significativo no sistema produtivo agropecuário da região. Sua área drenada (480 Km2) abriga elevado percentual da chapada Indianópilis-Celso Bueno, que tem cotas altimétricas niveladas à chapada Uberaba-Uberlândia, condizentes ao nivelamento da Superfície Sul-Americana. Seu conjunto de terras apresenta um contexto geomorfológico marcado por topos tabulares e escarpas erosivas localizados na borda nordeste da Bacia Sedimentar do Paraná, com diferentes litotipos que controlam a dinâmica de relevo e dos solos da área. Essa variação resulta na formação de diferentes classes de solos, que englobam desde solos menos desenvolvidos como Neossolos, a perfis espessos latossolizados. Com isso, a pesquisa teve o objetivo de analisar a variação altimétrica e o entalhe dos vales na bacia do Ribeirão das Furnas, a fim de contribuir com discussões genéticas sobre relevo e solos. Para isso foram construídas as cartas de hipsometria e de profundidade de drenagem na escala 1:50.000. Para a produção da carta hipsométrica foi utilizado a ferramenta r-recode no software QGis 3.28.11, com a definição de 9 classes em intervalos de 40 metros. Já a carta de profundidade de drenagem foi elaborada no ArcGis 10.8 com a utilização das curvas de nível e de malha quadriculada, na qual se calcularam os valores altimétricos mínimo e máximo de cada quadrante, com posterior interpolação dos resultados dos pontos centrais. Na sequência foram realizados trabalhos de campo para a checagem dos mapeamentos previamente organizados, bem como para a descrição morfológica de perfis de solos e a identificação de afloramentos rochosos. As classes hipsométricas predominantes, entre 940-980m (cinza claro), e entalhe dos rios, 0,5-33m (verde ao laranja), se localizam na porção do Planalto Tabular (extensos e aplainados), onde se desenvolvem Latossolos Amarelos em espessas Coberturas Detrítico Lateríticas Coluvionares, além de solos hidromórficos, em áreas de terraços e planícies fluviais (Aptf). Com a diminuição das cotas para 860-940m (vermelho escuro e marrom) e aumento do entalhe dos rios para até 55m (verde ao marrom), o relevo se torna suavemente convexizado, onde dominam distintos Latossolos Vermelhos (LV1 e LV2) que se diferenciam pelo contexto litoestratigráfico. O LV1 se desenvolve no nível dos depósitos rudáceos (cascalheiras), ao passo que os LV2 se restringem as áreas de perfis de alteração mais espesso derivados dos basaltos da Formação Serra Geral. Próximo ao rebordo erosivo, a morfologia apresenta feições escalonadas, que são acompanhadas pelo aumento da variação altimétrica, partindo de 740 até 860m (amarelo ao vermelho claro), e do grau de entalhe dos rios, chegando até seu valor máximo 66m (verde ao cinza escuro). Nessas áreas são registrados solos menos desenvolvidos como Cambissolo e Neossolo vinculados ao basalto. Dirigindo-se aos vales encaixados da bacia, o relevo se torna acidentado, com variações altimétricas entre 700 a 740m (verde claro e escuro) e classes de profundidade de drenagem superando 66m (verde ao cinza escuro), com associação de Neossolos e afloramentos rochosos de basalto. O conjunto desses dados evidenciou a relação da variação altimétrica e da profundidade dos vales da bacia com o seu contexto litoestratigráfico, resultando em uma distribuição espacial de diferentes tipos de solos.

Palavras Chave

Bacia Sedimentar do Paraná; Planalto Tabular; Escarpa Erosiva; Latossolos.

Área

TEMA 02 - Recursos Hídricos e Geociências Ambientais

Autores/Proponentes

Giovana Lopes Leonel, Willian Toshiaki Mizumura, Juliana Abreu Crosara Petronzio, Alan Silveira