Dados da Submissão

Título

MINERALIZAÇÃO DE FERRO EM GRANULíTOS, MUNICíPIO DE TARTARUGALZINHO, ESTADO DO AMAPÁ.

Texto do resumo

INTRODUÇÃO
A pesquisa geológica realizada numa área situada no município de Tartarugalzinho, na região leste do estado do estado do Amapá, identificou depósitos de minério de ferro associados a granulitos básicos, do Cráton Guianense, até então inéditos no Brasil para esse tipo de mineralização.
Foram realizados trabalhos de pesquisa geológica para caracterização dos depósitos ricos em magnetita compacta (MIC), do horizonte intemperizado e crosta ferruginosa, com adição de hematita na sua composição e característica friável (MIF).
OBJETIVO
A mineralização de ferro está inserida em terreno de alto grau metamórfico (granulito). A literatura relata poucas ocorrências no mundo de depósitos de ferro em ambiente granulítico, como: depósito de “Central Eyre” no sul da Austrália, na região de Salem e Tirthamalai no sul da Índia, e no sudoeste da República do Congo, na África, onde ocorrem depósitos supergênicos de ferro sobre metassedimentos metamorfisados no fácies granulito.
METODOLOGIA
Foram realizados cerca de 45 furos de sondagem rotativa com 2.830 metros perfurados e 1.017 amostras coletadas para análise química. O levantamento magnetométrico detectou as anomalias importantes na área investigada, sendo todas relacionadas aos corpos de minério de ferro magnetítico. A porção central da área está representada por altos e baixos magnéticos, que individualizam quatro corpos distintos.
RESULTADOS
O contexto geológico local é marcado pela presença de corpos de granulítico charnockítico e enderbítico, designados Granulito Coatá e Granulito Cobra, do Complexo Tartarugal Grande (CPRM, 2014). Os corpos são alongados e fortemente balizados por grandes lineamentos tectônicos NW-SE, caracterizados como zonas de cisalhamento transcorrentes ou zonas compressionais.
O modelo de mineralização é supergênico, concentrando o ferro nos níveis de intemperismo mais intenso imposto em granulito rico em magnetita. O perfil de alteração marca o limite das ocorrências dos tipos de minério friável (superior) e compacto (inferior). Sendo o minério compacto constituído de uma variação do Granulito charnockítico Cobra enriquecido em magnetita, pode ser classificada como a rocha-mãe do minério friável (MIF), pois em alguns furos observa-se uma gradação das características de compacto para o friável. Segundo a análise petrográfica em lâmina polida em amostras do minério compacto (MIC), os minerais opacos, podem chegar à proporção modal em torno de 25%, sendo a maioria desses minerais representados pela magnetita, com uma parte dessa proporção oxidada e transformada em hematita.
CONCLUSÃO
A raridade de ocorrência de mineralizações de ferro em terreno de alto grau metamórtico (granulito) realça a importância desse estudo para o conhecimento geológico. Geralmente, as concentrações de ferro são relacionadas à formação ferrífera bandada, composta por hematita/magnetita e sílica, em ambiente de grau metamórfico xisto verde a anfibolito, e que geram depósitos de classe mundial.
Do total de 67,8 Mt de recursos bloqueados, cerca de 26,7Mt correspondem ao minério friável (MIF: 45% de Fe) e 15,8 Mt de minério compacto (MIC: 35,8% de Fe) para uso na produção de sínter feed de alto teor. O minério de crosta laterítica foi estimado em 25,3 milhões de toneladas a 25% de ferro.

Palavras Chave

minério de ferro; supergênese; Granulitos