51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

QUALITY ASSURANCE & QUALITY CONTROL (QA/QC) EM PROJETOS DE MAPEAMENTO E MONITORAMENTO DE ÁGUAS SUPERFICIAIS: UM ESTUDO DE CASO NA MINERAÇÃO

Texto do resumo

A qualidade das águas superficiais é vital para a saúde humana, a biodiversidade e o equilíbrio ecológico. O monitoramento confiável da geoquímica das águas é essencial não apenas para identificar e mitigar os impactos ambientais, mas também para garantir a sustentabilidade das práticas minerárias. Uma ferramenta crucial nesse processo é a implementação de um programa de garantia e controle de qualidade (Quality Assurance and Quality Control - QAQC). Este programa é vital para assegurar a confiabilidade dos dados e para minimizar os erros que podem comprometer a análise e interpretação desses dados. No contexto da indústria mineral, o QAQC deve ser adaptado para às especificidades da geoquímica local. Embora existam várias referências e diretrizes gerais sobre QAQC, elas muitas vezes não abordam as peculiaridades associadas à geoquímica da água em ambientes minerários. Esta lacuna na literatura destaca a necessidade de um esforço na adaptação e desenvolvimento de procedimentos específicos para este setor. Diante deste contexto, a criação de um procedimento operacional aliado a automatização de rotinas de avaliação, surge como medida estratégica e necessária para garantir a qualidade dos dados hidrogeoquímicos gerados. Essa iniciativa visa a melhoria na precisão e confiabilidade dos dados e contribuir para a tomada de decisão mais informada e responsável em relação à gestão ambiental. Neste estudo foram utilizados como referencial os procedimentos de QAQC dos manuais da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), Agência Nacional de Águas (ANA), Environmental Protection Agency (EPA) e American Public Health Association (APHA), além de dados de águas superficiais da região de Itabira-MG, nordeste do Quadrilátero Ferrífero. Parte dos dados seguiu um rigoroso programa de QAQC desde a coleta até a análise, enquanto o restante não teve um QAQC específico. O QAQC do primeiro conjunto de dados, permitiu identificar e corrigir falhas no processo amostral. Por exemplo, aumentaram-se os pontos de amostragem, buscando manter a abrangência do estudo quando dificuldades logísticas impediam algumas coletas. (55 pontos na 1ª campanha para 68 na última). Outro sinal de atuação do QAQC foi que o número de desvios nas medições com turbidímetro caíram substancialmente (16% de desvios na 1ª campanha, chegando a zero na 7ª). A ação do QAQC fica mais evidente nos brancos de equipamento (9% de desvios na 2ª campanha, caindo para 2% na 12ª) e nos brancos de campo (12% de desvios na 3ª campanha, caindo para 0 na 9ª). A avaliação dos dados sem QAQC mostrou um número alto de potenciais outliers (10 a 12% de outliers para alguns parâmetros), indicando a necessidade de um QAQC. Por outro lado, a ausência de desvios para brancos de método, por exemplo, evidencia a importância do laboratório no processo. Os resultados destacam a importância de recorrer a laboratórios acreditados para garantir a segurança do processo e a necessidade de um plano de QAQC com diretrizes mínimas, especialmente como ferramenta corretiva. A aplicação de verificadores de qualidade, mesmo em número reduzido, pode elevar substancialmente a confiabilidade dos resultados. Este estudo destaca a importância de um plano de QAQC adaptado não apenas para a indústria mineral, mas para projetos regionais de mapeamento geoquímico, recomendando a gestão eficiente de recursos humanos e logísticos para um monitoramento geoquímico eficaz.

Palavras Chave

PALAVRAS-CHAVE: Controle de qualidade; Procedimentos padronizados; Dados hidrogeoquímicos; Gestão de águas na mineração.

Área

TEMA 11 - Mapeamento Geoquímico Multipropósitos

Autores/Proponentes

Halisson Silva Borges, Gabriel Negreiros Salomão, Rafael Tarantino Amarante, Gabriel Soares Almeida, Abraão Gomes Soares Júnior, Roberto Dallagnol