51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

REVISÃO DOS LIMITES GEOLÓGICOS DAS BACIAS DA MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA

Texto do resumo

A margem equatorial brasileira, offshore, é subdividida em cinco grandes bacias, as quais são designadas de Sul para Norte como Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas. Seus limites atuais não condizem com o atual conhecimento geológico que se tem das mesmas e com esse trabalho pretende-se mostrar que seria muito mais razoável vincular os limites geográficos de cada uma destas bacias ao contexto Tectono-Deposicional na qual estão inseridas. Em 2003, a CPRM fez a revisão dos limites das bacias da margem equatorial brasileira. Na época, a base de dados da porção offshore destas bacias eram precários e utilizou-se de feições tectônicas no entorno da região litorânea e águas rasas, denominados arcos de Cayenne, Gurupá, Gurupi, Ferrer-Urbano Santos, Tutoia, Atlantic, Fortaleza e Touros, para o estabelecimento destes limites. Atualmente, o conhecimento sobre estas bacias tem evoluído bastante, devido ao grande volume de dados Gravimétricos, Magnetoméricos, CSEM, sísmicas 2D e 3D e dados de poços disponíveis. Trabalhos anteriores como os de Burke 1976, Darros 1992, Giraud et al. 1992, Mohriak 2003, Soares et al. 2008 e outros e os internos da Petrobras, nos levam em direção a necessidade de se refazer os limites externos dessas bacias, assumindo como critérios para esse traçado, a direção do transporte tectônico e dos sedimentos. Giraud e Maurin 1992, adotam que a instalação dos riftes no Neocomiano intercontinental desde o Sul do Platô de Demerara até os riftes do Oeste Africano, se deram num regime transcorrente destral. A evolução dos conhecimentos destas bacias em direção a águas ultra profundas, mostram que desde o Neocomiano até o recente, estas bacias foram controladas por transcorrencia destral com transporte tectônico E-W e que todos os sedimentos que chegavam a estas bacias, eram condicionados a se distribuírem também de W para E entre as grandes falhas transcorrentes intracontinentais que, posteriormente, no momento drift, após instalação da crosta oceânica, se transformaram em Zonas de Fraturas (Z.F.) com caráter transcorrente destral. A análise dos dados supracitados e bibliográfia não deixam dúvidas quanto a distribuição geográfica que estas bacias devam ter, e sendo assim, adota-se hoje o termo gaveta, entre as principais zonas de fraturas, para nos referirmos as bacias da margem equatorial brasileira. A gaveta Ceará/Potiguar limitada a sul pela Z.F. que passa imediatamente a norte do alto de Touros e a norte pela Z.F. Romanche, a gaveta Pará Maranhão/Barreirinhas limitada a sul pela Z.F. Romanche e a norte pela Z.F. Saint Paul, perna sul, e a gaveta Foz/Pará Maranhão com limite sul na Z.F. Saint Paul, perna sul, até Z.F. da Guiné imediatamente a Norte do platô de Demerara. Subdivisões internas à estas gavetas são factíveis, principalmente quando se adotam critérios como aumento de depocentro e ou magmatismo intenso, mas notadamente, essas subdivisões sempre podem ser associadas a zonas de fraturas internas às gavetas, como visto principalmente em dados Gravimétricos e sísmica.

Palavras Chave

Tectônica; Abertura; Transcorrência; Pullapart; Zona de Fratura

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Élvio Matos Bulhões