51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

ISÓTOPOS ESTÁVEIS DE CARBONO E PETROGRAFIA DE ROCHAS METASSEDIMENTARES PALEOPROTEROZOICAS DO COMPLEXO CANINDÉ DO CEARÁ, PROVÍNCIA BORBOREMA, CEARÁ

Texto do resumo

Os isótopos estáveis são constantemente usados como traçadores de fonte, ambiente de formação e, no metamorfismo, são bons indicadores da rocha parental. O carbono (C) possui três isótopos estáveis naturais: 12C, 13C e 14C. O estudo desses isótopos é uma informação importante para entender a fonte de C presente em rochas carbonáticas e em minerais como diamante e grafita devido, para cada ambiente geológico (ígneo, metamórfico ou sedimentar), a razão isotópica entre o 13C/12C possuir uma assinatura específica. Por isso, para entender a origem das grafitas presentes nas rochas paleoproterozoicas de alto-grau metamórfico do Complexo Canindé (2,09 - 2,15 Ga), Província Borborema, este trabalho tem como o objetivo estabelecer e entender a origem da grafita e suas relações genéticas com as rochas hospedeiras, e determinar o grau metamórfico e paragênese mineral através de descrições petrográficas. Para isso, foram feitas descrições dos testemunhos de sondagem fornecidos pela Companhia Libras Liga do Brasil S/A, petrografia dos principais litotipos no Laboratório de Microscopia Petrográfica da UFOPA, análises de isótopos de carbono utilizando o espectrômetro de massa DELTA V PLUS e determinação de teor de carbono por combustão (LECO). Os litotipos com grafita descritos mesoscopicamente incluem granofels com óxidos e hidróxidos de manganês, gnaisses grafitosos, metapelitos, metagravaca e metamargas. Em seção delgada, as rochas foram classificadas como tefroíta-espessartita-rodonita granofels, tefroíta-rodonita-espessartita metapelito, espessartita metagravaca, fibrolita-espessartita gnaisse e espessartita metamarga. As grafitas ocorrem com hábito idioblástico, como flakes, intimamente associados aos minerais silicáticos, e eventualmente como inclusão em rodonita e espessartita. Além disso, também foi observada a presença de fibrolita, biotita, cordierita, rutilo e zircão na matriz da rocha. Foram feitas vinte e duas análises de isótopos de carbono (δ13C), cujos resultados apresentaram valores na faixa de -15 a -21,5 ‰, com média de -17,5‰. Trinta e duas amostras foram analisadas para obtenção do teor de carbono, e forneceram valores de carbono de 1 a 3,19%, com média de 2,1%. A partir das descrições petrográficas foi possível estabelecer que o protólito das rochas grafitosas do Complexo Canindé do Ceará é de origem sedimentar, alternando entre membros arenosos e argilosos, depositados em ambiente marinho. Acredita-se que esses sedimentos foram originalmente ricos em matéria orgânica, que após o soterramento foram metamorfizadas e recristalizadas em grafitas do tipo flake, cuja paragênese mineral indica que o pico do metamorfismo ocorreu em fácies anfibolito superior (~700°C). Os resultados de δ13C indicam que as grafitas das rochas metassedimentares do Complexo Canindé do Ceará possuem origem biogênica.

Palavras Chave

Protólito; Grafita; teor de Carbono; origem sedimentar; paragênese mineral.

Área

TEMA 18 - Geocronologia e Geoquímica Isotópica

Autores/Proponentes

Brenda de Andrade Feitosa, Felipe Holanda dos Santos