51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MICROFÓSSEIS DA FORMAÇÃO DABIS (GRUPO NAMA), EDIACARANO: IMPLICAÇÕES PALEOAMBIENTAIS E BIOESTRATIGRÁFICAS

Texto do resumo

Este trabalho apresenta uma caracterização dos microfósseis da Formação Dabis, pertencente ao Grupo Nama, com objetivo geral avançar no entendimento da paleobiologia, distribuição paleoambiental e potencial bioestratigráfico dos microfósseis do final do Ediacarano do Grupo Nama. Os objetivos específicos deste trabalho foram: a- Descrever e identificar os microfósseis presentes na Formação Dabis (Grupo Nama) e b- Comparar as associações de microfósseis da Formação Dabis com as de outras unidades ediacaranas do Brasil, a fim de estabelecer as condições paleoambientais e o seu potencial para correlações bioestratigráficas. Para isso, foi essencial a caracterização da morfologia e a composição dos microfósseis, na qual foi feita utilizando-se de métodos de microscopia (óptica, eletrônica de varredura e confocal de varredura à laser) e espectrometria (Raman e de energia dispersiva de raios-X), além do uso de técnicas palinomórficas para a separação dos microfósseis, que nada mais é que a dissolução da rocha fragmentada para obter o resíduo palinológico, onde os microfósseis estão concentrados e serão selecionados na lupa para fazer lâminas e por fim serem identificados no microscópio. Este projeto está inserido no International Continental Drilling Project (ICDP): “GRIND- Geological Research through Integrated Neoproterozoic Drilling”, cujo o objetivo é explorar várias ações coordenadas, como, estudos geoquímicos, geocronológicos, sedimentares e paleontológicos combinados de alta resolução e multi-proxy de sucessões sedimentares abrangendo os períodos Ediacarano e Cambriano para avaliar as conexões entre mudanças locais e globais na química da água do mar com a evolução da biosfera. Em relação à paleontologia, o desafio é entender a natureza e os gatilhos da evolução da vida durante o Neoproterozoico, que começou com microorganismos eucariotos simples e emergiu com os diversos ecossistemas oxigenados e a vida multicelular complexa durante o Ediacarano-Cambriano. Portanto, esse estudo permitiu uma melhor compreensão da paleodiversidade e do paleoambiente da Formação Dabis e auxiliará no estabelecimento de relações bioestratigráficas e das condições paleoambientais que antecederam a “Explosão Cambriana”. Foi amostrado um testemunho de sondagem e foram analisadas 20 amostras. Foram identificadas quatro espécies de acritarcos, Leiosphaeridia jacutica e Leiosphaeridia crassa, que constituem formas esféricas simples, opacas e pertencentes ao ambiente marinho do Ediacarano até o Cambriano e foram praticamente a totalidade encontrada; Germinosphaera sp, que constituem formas esféricas com produtos tubulares; e um espécime de Lagoenaforma collaris, que constitui de uma vesícula oval e alongada com um processo tubular que é aberto distalmente e alarga-se para fora. Ainda foi encontrado um possível microfóssil vasiforme, ainda não descrito na Formação Debis. Além desses, foi encontrado em lâmina petrográfica, nos calcários, tubos de Cloudina lucianoi. Estes podem ser correlacionados com outras unidades ediacaranas brasileiras, como por exemplo a Formação Tamengo, o Grupo Corumbá, sendo possível fazer uma correlação bioestratigráfica. Processo FAPESP 2023/07995-0

Palavras Chave

Microfósseis; Bioestratigrafia; Ediacarano; Grupo Nama

Área

TEMA 21 - Estratigrafia, Sedimentologia e Paleontologia

Autores/Proponentes

Karina Castaldello Mazzamuto, Leonardo Thomaz Rimi, Larissa Balazina Malta Rodrigues, Thiago Freitas Toniolo, Juliana Moraes Leme, Ricardo Ivan Ferreira Trindade, Paulo Cesár Boggiani, Henrique Abulquerque Fernandes, Kamilla Borgues Amorim, Jhon Willy Lopes Afonso