51º Congresso Brasileiro de Geologia

Dados da Submissão


Título

MAPEAMENTO GEOLÓGICO, EM ESCALA 1:25.000, NA REGIÃO DA PONTE DO ACABA MUNDO, DIAMANTINA-MG

Texto do resumo

A área de estudo está situada no município de Diamantina, Minas Gerais, em um local conhecido como Acaba Mundo. A região está inserida no compartimento geotectônico neoproterozoico Cinturão de Cavalgamentos da Serra do Espinhaço Meridional, Orógeno Araçuaí. Até o momento, foram realizados somente mapeamentos geológicos regionais (1:100.000 e 1:1.000.000) abrangendo a área de interesse, sendo estes discordantes, em parte, sobre as unidades aflorantes na região. Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi realizar o mapeamento geológico em escala de semi-detalhe (1:25.000). Para isso, foram desenvolvidas três etapas: pré-campo (1), campo (2) e pós-campo (3). Na etapa 1 foi realizado o processamento de dados de sensoriamento remoto (SR) e aerogeofísicos. No SR foram elaborados os mapas de domínios texturais, mapas de domínios espectrais e mapa de lineamentos de relevo. A partir dos dados geofísicos foram gerados os mapas de lineamentos magnéticos, domínios magnetométricos e gamaespectrométricos. Na etapa 2, foram realizados os trabalhos de campo. A etapa 3 envolve a integração dos dados de campo para a elaboração do mapa geológico. Dentre os produtos gerados, o mapa de domínios gamaespectrométricos apresentou maior eficácia na diferenciação das unidades litoestratigráficas e na delimitação de uma unidade inédita, aqui informalmente denominada como Janela Estrutural Algodoeiro (JEA). As rochas da JEA compreendem o embasamento da sequência metassedimentar do Supergrupo Espinhaço e afloram no leste e sudeste, em lajedos próximos a drenagens. Englobam metagranitóides milonitizados e filonitos cujas composições variam de monzograníticas à sieníticas. Na maior parte da área afloram variedades de quartzitos de granulação fina, sendo puros, micáceos e ferruginosos. No extremo noroeste ocorrem metaconglomerados monomíticos matriz suportados, com clastos de quartzo de veio, subarredondados a arredondados, orientados segundo a foliação. Essas litologias podem pertencer à Formação Sopa Brumadinho. São identificadas na área ocorrências de manganês alinhadas na direção N-S. A principal mineralização ocorre no sudoeste, onde encontram-se as lavras ativas da Mineração Conselheiro Mata LTDA. Nessa região a mineralização está hospedada em um quartzito de granulação fina, com intercalações de xistos e filitos. Já na porção centro oeste e norte, a mineralização está associada aos xistos e veios de quartzo. As rochas que hospedam essas mineralizações podem estar vinculadas ao Grupo Macaúbas. Majoritariamente, foram identificadas feições de hidrotermalismo, como brechas hidrotermais e stockwork e, em menor parte, mineralizações do tipo laterítico. De maneira geral, o manganês ocorre predominantemente como oxi-hidróxidos (psilomelano) e apresenta cor azul escuro a preto e hábito botrioidal a maciço. Quanto à geologia estrutural, as foliações têm direções preferenciais para o quadrante E, com variações para NE e SW, e em menor expressão para W. Os lineamentos estão estruturados principalmente para NW e SE. As dobras dispõem de eixos com baixos a médios ângulos com direções predominantes para NE e SW. As lineações de estiramento possuem caimentos de baixos a médios ângulos, com direções sobretudo para E, e variações para NW e S. Este mapeamento contribui para o desenvolvimento do conhecimento geológico regional de Diamantina, no que concerne ao estudo das mineralizações de manganês e a descoberta de uma nova exposição do embasamento do Orógeno Araçuaí.

Palavras Chave

mapeamento geológico; SUPERGRUPO ESPINHAÇO; Orógeno Araçuaí; Manganês; Diamantina

Área

TEMA 17 - Tectônica e Evolução Geodinâmica

Autores/Proponentes

Lucas Almeida de Souza, Hugo Marques Ascendino Teixeira, Lucilia Aparecida Ramos de Oliveira, Geysianne Ferreira de Morais