Dados da Submissão

Título

GEOCONSERVAÇÃO DA REGIÃO DE CAPANEMA PRÓXIMA À CACHOEIRA DO BRÁS-GOMES, FLORESTA UAIMIÍ, MG

Texto do resumo

A cachoeira do Brás-Gomes está localizada na Floresta Uaimií que pertence a região de Capanema e São Bartolomeu, distritos de Itabirito e Ouro Preto-MG respectivamente. A área possui de cerca 4.398 hectares e é caracterizada pela vegetação nativa de mata Atlântica e nascentes da margem direita do Rio das Velhas. A Floresta Uaimií foi criada em 2003 e atualmente pertence ao Instituto Estadual de Floresta, com o objetivo de desenvolver atividades voltadas à pesquisa e exploração sustentável da candeia, ao uso turístico e recreativo, à educação ambiental e à proteção de mananciais para o abastecimento público. O objetivo deste estudo é aplicar métodos da geoconservação nas cachoeiras, a fim de conservar a diversidade natural geológica, garantindo a tradução da história de sua evolução para colaborar na expansão conservacionista do geoturismo. Entre as riquezas naturais que a FLOE apresenta, foram estudadas as cachoeiras do Poço Paraíso e a Cachoeira Brás-Gomes com as suas subdivisões, que são a Cachoeira das Pedras e da Candeia e a sua parte basal. Foram realizados trabalhos de campo na área, procedendo o preenchimento de fichas de Inventário de Lugares de Interesse Geológico, que fornecem informações como dados geográficos, ambientais, geológicos e de infraestrutura. No total foram feitos quatro inventários das cachoeiras sobreditas. A área investigada encontra-se no Quadrilátero Ferrífero. As rochas presentes nas cachoeiras constituem-se de xistos do Grupo Nova Lima e quartzitos do Grupo Maquiné pertencentes ao Supergrupo Rio das Velhas. O contato entre as unidades é materializado por uma falha de empurrão. Os pontos visitados apresentaram excelente estado de conservação com presença de vegetação variando entre arbustiva e arbórea, com aumento do porte da vegetação na porção basal da cachoeira. As cachoeiras apresentam grande porte com quedas d’água que variam de 21 até 136 metros, e caracterizadas por praias fluviais e poços pequenos e/ou rasos. Essa variabilidade nas alturas das quedas está associada a falha de empurrão supracitada. As áreas manifestam vasta procura pelo turismo, sendo propícias para acampamento, entretanto sem infraestrutura para camping, onde também há falta de sinalização, estacionamento, hospedagem e áreas destinadas a lanchonetes e restaurantes e banheiros, resultando em vestígios de lixos e churrasqueiras feitas de tijolos. Em vista disso, ao realizar a valoração das cachoeiras anteriormente citadas, o qual leva em consideração suas infraestruturas para turismo, do seu uso e de sua conservação, elas apresentaram as seguintes notas: Poço Paraíso (18.6), Candeia (19), Pedras (18) e a seção basal (18.6). As notas resultam de fatores como localização em região distante de hospedagem, próxima a mineração. Por outro lado, ambas demonstram alto potencial de estudo cientifico com interesse nas áreas de estrutural, tectônica, petrologia, geomorfologia, estratigrafia, e hidrogeologia, tendo citações e trabalhos científicos publicados nas áreas da geologia, biologia e geografia. Portanto, a área é promissora para a manutenção da conservação da geologia presente e da biodiversidade, mesmo com a constante exploração turística. Desse modo, a aplicação da geoconservação no local demonstra-se de suma importância, pois busca um aproveitamento dos recursos naturais da FLOE voltados ao turismo associada à educação e divulgação do caráter cientifico, integrando o desenvolvimento do turismo à conservação dos recursos naturais.

Palavras Chave

Diversidade natural; Inventário; Lugares de Interesse Geológico; Valoração;